Pressa é combustível para erro, sobretudo quando o assunto é dinheiro. Comprar no impulso, aceitar um “empréstimo rápido” sem ler o contrato ou clicar num link porque “acaba hoje” são comportamentos que parecem inofensivos no momento… e viram dor de cabeça depois. Hoje mostrarei como as decisões impulsivas custam caro e o que você pode fazer para retomar o controle.
A pressa é comum e cara – Em termos de volume, estudos internacionais também mostram que o gasto por impulso pode representar uma fatia relevante do consumo: dados de pesquisas de mercado apontam médias mensais que variam — por exemplo, estimativas apontaram valores na faixa de US$150 a US$300 por mês por consumidor em determinados anos recentes, soma que, acumulada, compromete metas de poupança e planos financeiros.
Por que a pressa nos leva a decisões ruins (a ciência por trás)? A impulsividade está ligada a gatilhos emocionais: felicidades exageradas, stress, necessidade imediata de recompensa ou até tédio. Estudos em psicologia do consumo mostram que pessoas com menor autocontrole e maior ansiedade têm mais propensão ao consumo impulsivo e esse comportamento está associado, a médio prazo, a dificuldade financeira e aumento da probabilidade de endividamento.
No ambiente on-line, os gatilhos são ainda mais fortes: ofertas “limitadas”, contagem regressiva e recomendações personalizadas transformam decisões que deveriam ser racionais em escolhas automáticas. O resultado? Vendas não planejadas e arrependimento depois.
As formas mais danosas da pressa financeira:
- Compras por impulso no cartão: um clique, parcelamento e juros futuros. Muitas compras “sem pensar” acabam roladas no cartão com juros altos.
- Empréstimos por impulso/“antecipação” fácil: promessas de liberação rápida costumam exigir dados pessoais e/ou taxas adiantadas e já são porta de entrada para fraudes e dívidas maiores.
- Links/Ofertas que “expiram agora”: páginas clonadas e golpes exploram a sensação de urgência.
- Transferências por pressão (WhatsApp, SMS): pedidos emocionais “urgentes” podem ser engenharia social.
No varejo brasileiro, o impulso aparece em vários pontos, desde supermercados até lojas on-line e contribui para uma parcela expressiva das compras não planejadas.
O efeito dominó: da compra impulsiva para o endividamento – Quando decisões impulsivas se repetem, elas corroem a capacidade de poupar, elevam o uso do crédito e aumentam o risco de inadimplência. Acúmulo de pequenas compras não planejadas tem o mesmo efeito de uma única despesa grande: cria lacunas no orçamento que acabam sendo cobertas com crédito rotativo ou parcelamentos, cuja conta chega com juros altos. Pesquisas e análises mostram que uma parcela relevante da população se arrepende das compras impulsivas e que esse comportamento contribui para a deterioração das finanças pessoais.
Como cortar a pressa(passos práticos e imediatos!) – Aqui vão algumas estratégias que uso com clientes e em palestras — simples, práticas e testadas:
- Regra dos 24: antes de uma compra não planejada acima de um valor X (defina X para seu bolso), espere 24 horas. A urgência costuma evaporar.
- Lista + objetivo financeiro: só compre se constar na lista ligada ao seu objetivo (fundo de emergência, quitação de dívida, investimento).
- Bloqueios e limites: reduza limites do cartão ou desative compras com um clique em apps.
- Desative notificações de promoções: menos estímulos = menos tentação.
- Educação financeira prática: entender juros, parcelamento e custo real diminui decisões impulsivas.
- Checklist antes de clicar: verifique vendedor, URL, condições e se há taxa antecipada (sinal de golpe).
Essas ações simples reduzem impulsividade e protegem seu patrimônio.
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A educação financeira como antídoto da pressa – Educar-se financeiramente não é só aprender termos, é treinar o cérebro para pausar, ponderar riscos e alinhar escolhas a objetivos reais. Em empresas, programas de educação financeira reduzem decisões precipitadas dos colaboradores (por exemplo: aceitar empréstimos duvidosos) e melhoram foco e produtividade. Em pessoa física, reduzem arrependimentos e aumentam a capacidade de poupar.
Estudos e levantamentos apontam que, quando consumidores têm mais conhecimento e controle, o comportamento impulsivo diminui e o orçamento melhora.
Conclusão: o custo real da pressa – A pressa transforma ofertas em armadilhas. Ela drena dinheiro, energia e tempo e muitas vezes mina planos de curto e longo prazo. O caminho é simples, mas exige prática: desacelerar, informar-se e colocar barreiras inteligentes entre você e a tentação.(Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels)

KAUÊ CARVALHO
É pós-graduado em Finanças Pessoais pelo Instituto Soape e especialista na Lei do Superendividamento do Brasil. Atua há mais de cinco anos ajudando pessoas a reestruturarem suas vidas financeiras, com visão global e adaptada às diferentes realidades de contexto. @kauecarvalhoconsultor
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