Quem não aprecia um belo jardim? Estilos variados, sejam com as formas bem alinhadas e geométricas das podas precisas, com estátuas, fontes de água murmurante e lagos serenos, ou como o das nossas avós, bem variado e florido, do tipo “sempre cabe mais uma”: não há como não descansar os olhos neles e simplesmente “curtir”, longe do Facebook e ao alcance das mãos.
Nesse clima de férias e verão, em que horas ao ar livre são a pedida, aqui vai uma dica de visita a um jardim, em Nova Odessa, cidade próxima a Jundiaí: o Jardim Botânico Plantarum, idealizado a partir de 1990 pelo engenheiro agrônomo e botânico Harri Lorenzi.
Falar que tem um pouco de tudo do que falamos no início do texto pode parecer pretensioso, mas, pasmem: tem muito mais. Um cartão de visitas pra ninguém botar defeito, que faz bonito em qualquer lugar do mundo, sim senhor! Só para atiçar a curiosidade, a entrada é de um belo casarão conservado, com móveis, toalete, nos trinques. Há restaurante “gourmet”, para quem gosta; venda de mudas e produtos artesanais; espaço para cursos, nos quais se pode passar o dia recarregando a bateria de informações sobre botânica e novas tendências no paisagismo, sempre com a presença marcante do fundador, Lorenzi, que gentilmente também pode autografar publicações dos participantes que as tiverem. Tem mais de uma cereja nesse bolo: vamos aos livros?
OUTROS ARTIGOS DE ELIANA CORRÊA AGUIRRE DE MATTOS
TOMATE: AFINAL, FONTE DE SAÚDE OU DE PREOCUPAÇÃO
O MERCADO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS NOS ESTADOS UNIDOS
A ANTROPOSOFIA DE RUDOLF STEINER
COMPREI UM NOVO NOTEBOOK. O QUE FAÇO COM O ANTIGO? (2)
COMPREI UM NOVO NOTEBOOK. O QUE FAÇO COM O ANTIGO?
OBSERVANDO A NATUREZA: TUDO AO SEU TEMPO
Aqui cabe um depoimento pessoal: nunca soube muito os nomes de árvores, talvez por ter nascido e crescido em área urbana, não convivendo com grande número delas. Então, aquele feijão-com-arroz: ipê (bom, eu via pela flor se é amarelo, rosa ou branco), espatódea (com sua flor em formato e cor únicos), quaresmeira. Até que por força do estudo, chegaram-me os livros do Harri Lorenzi, básicos nos meios agronômicos. “Árvores Brasileiras” tinha 352 páginas da fina flor da botânica, com informações variadas para cada espécie, ricamente ilustrado, com fotos belas e coloridas, mostrando detalhadamente todos os elementos para uma correta identificação: casca, folhagem, sementes, flores, frutos. Um assombro!
Aí descobri que não era bem assim: só de espécies com flores amarelas o ipê possuía 8! E não “satisfeito”, Lorenzi ainda lançou os volumes 2 e 3, com 384 páginas, respectivamente, na mesma toada. E não parou por aí: um calhamaço dedicado às palmeiras brasileiras (imagem acima: a “jóia da coroa”, dá para imaginar porquê?), outro sobre frutas etc. Depois de conhecer essas publicações, o mundo das árvores tornou-se ainda mais mágico e maravilhoso, e a ele me dirijo com respeito: só dá para arriscar um nome se tiver o livro na mão, e ainda fica bem difícil…
Por fim, mais cerejas: as árvores do jardim. Todas catalogadas e com placas de identificação, formando bosques temáticos e alamedas. Também avista-se uma coleção portentosa de palmeiras, um recanto para suculentas, outro para cactáceas. Sugestão: depois de tirar umas 45 selfies (!), esqueça um pouco o celular, o tablet. E só passeie, ou sente em um banco e aprecie. Isso sim será memorável.
E se antes de pegar estrada quiser visitar virtualmente o Jardim Botânico de Nova Odessa: www.plantarum.org.br
ELIANA CORRÊA AGUIRRE DE MATTOS
Engenheira agrônoma e advogada, com mestrado e doutorado na área de análise ambiental e dinâmica territorial (IG – UNICAMP). Atuou na coordenação de curso superior de Gestão Ambiental, consultoria e certificação em Sistemas de Gestão da qualidade, ambiental e em normas de produção orgânica agrícola.
Créditos das fotos:
Foto principal: http://bit.ly/2Dmc0shI
Foto rodapé: http://bit.ly/2DiAb6J