E então vamos! Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, um país em reboliço, em especial quando se ouve que existe a possibilidade de uma equiparação entre as moedas brasileiras e argentinas e, em especial quando se ouve de altos dirigentes que em toda união, um perde e outro ganha. Nesta união já se tem ideia de quem perde. No entanto, o que existe por trás destas nuvens de informação, que nunca é completa e sempre oculta um algo a mais?
Conforme vínhamos seguindo, antevendo, Neymar, o pobre menino rico, consegue se superar. Quando não se espera um ato mais arrojado, lá vem ele com um fato novo lamentável (e qual dos novos atos dele não foram lamentáveis?). Talvez ainda se discuta sobre o contato, sobre a passagem aérea, sobre a hospedagem em Paris ou sobre o ato sexual, em si.
No entanto, isso não é o mais sério; pagar passagem e hospedagem é uma rotina na vida dos endinheirados. O ato sexual, em si, não é surpresa, porque entre quatro paredes pouco se sabe do que acontece entre casais: cada um tem suas fantasias, que vão se desenvolvendo a medida que a intimidade se instala e possibilita. Então, qual foi o problema?
O problema se instalou no momento e que nosso infeliz menino mimado vai à televisão e diz: já que ela quis me prejudicar, vou abrir o jogo e vou divulgar os diálogos e as fotos. E mostra fotos da donzela ofendida. Como já disse em crônicas anteriores, uma frase pouco conhecida mas que dá a sintonia da situação: nesse puteiro não há virgens. Nenhum dos dois era novato no tipo de relação mantida.
Ele, em sua vida fora dos campos, é useiro e vezeiro em baladas regatas a donzelas que se satisfazem com a divulgação de suas fotos em revistas, sites e jornais de fofocas. Basta lembrar que sempre após uma separação da namorada titular, ele sempre tem um final de semana em alguma praia ou festival, na companhia de donzelas que buscam pela notoriedade, ainda que seja por segundos. Até que vote à namorada e divulgue uma campanha a favor de alguma ONG ou algum grupo menos favorecido, mas ele, preocupado com a dor alheia, se sacrifica e faz doações, sempre acompanhado de parceiros de equipe, que o protegem e elogiam sua atitude benemérita. Antigamente dizia-se conluio, hoje chama-se broderagem.
Mas voltemos os olhos para a situação em si: a divulgação de alguém com quem se manteve uma relação mais íntima, inclusive em situação mais íntima, é deplorável, quando pensamos no geral; entretanto quando uma pessoa pública tem uma atitude desta envergadura, a coisa fica ainda mais complexo. E se pensarmos que ele acaba de causar polêmica, ao atacar um torcedor, na Europa, e veio de lá censurado e discutível, não houve cautela nesta vergonha agora instalada.
Questões de um egoísmo exacerbado, de um egocentrismo que não se controla; e aquele pai sugerindo que a moça “era vulgar” e de “vida discutível”, como seu o filhote real também não o fosse. Duro é presenciar quem assegure que Neymar aceitou “porque é homem, e homem é assim”. Ainda vivemos num país em que as pessoas viventes são originários da época da caverna, outros são mais avançados, da idade média e outros ainda, contemporâneos. Essa miscigenação acaba causando confusões sócio-culturais…kkkk….
Mas, diante de tanto mimimi, o que tentam esconder atrás das nuvens? Porque deve ter coisa mais importante, nesse Brasil de Bolsonaro, que se deva perceber + discutir + analisar e não estamos tempo ou vazão para tal. Sobre o Neymar? Pobre garoto-adulto rico, que se nega a crescer; Peter Pan era mais feliz: tinha consciência
E lá fui eu ao veterinário. De novo.
Um frio cortante, a Vitória estava com sua roupinha e não se incomodava com nada, em especial porque adora passear, ainda que seja no veterinário. Mas até ela se incomodou com o que encontramos lá. Já na sala de espera, uma família composta pelo casal e dois meninos levavam seu cão para consulta. O surpreendente foi a modernidade constatada: cada um dos quatro tinha um celular e cada um deles digitava e falava e digitava e falava, sem parar, como seu o outro não existisse em seu mundo.
Enfim, como falar em família unida ou liderança paterna, se um celular faz melhor papel que o próprio pai? Talvez a melhor pergunta fosse: que pai é esse que sai com seus filhos e fica preso a uma tela de celular, sem se preocupar com seus filhos, com quem convive pouco devido aos horários de cada um.
Acontece que esse comportamento vai se repetir na escola, no dentista, na balada (já repararam que os bonitos vão a balada e ao invés de assistirem ao show ficam fazendo selfies e vídeos de si próprios????), nas igrejas, em velórios, em todo lugar. Só não podemos esquecer que os papais, igualmente modernosos reforçam e apresentam os mesmos sintomas de desvio de comportamento (porque é desvio, vamos aceitar? Não desgruda do celular para nada. Mesmo que não respondam às mensagens, visualizam e ficam na espreita. Usuário contumaz).
Qual o problema disto? Óbvio está que este comportamento não é sadio e nem possibilita uma relação interpessoal adequada e sadia; a dependência à tecnologia dificulta a relação humana e alguns traços de sociopatia são perceptíveis, na melhor das condições. É muito rotineira a visão de grupos familiares, sentados, sem falar entre si, mas todos digitando e se comunicando com o cyber universo.
Que tristeza! E alguém se preocupa com o esfacelamento das relações interfamiliares? Não. Isso é coisa do século passado. Na contemporaneidade nascemos de sementes que jogam pelos jardins ou somos geração espontânea, auto-gestada. Mas as crianças aprendem a ser pouco sociais com seus próprios pais.
E a quem interessa tal desmonte da família? Que há por trás desta nuvem? Será que discutir sobre “peso real” ou “menininho rebelde Neymar” não se transforma numa nuvem que encobre um real e sério motivo social?
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Nossa, o país caindo em barragens que estão por deslizar, mortes violentas insolúveis, dinheiro recuperado pela Lava Jato em volume de milhões e ainda falta muito para sanear os débitos, inflação à 2, 4 % (ainda que não se saiba se é na Suíça ou Áustria), escolas caindo de problemas, alunos agredindo professores, hospitais sucateados e médicos cobrando procedimentos além das tabelas dos planos de saúde, vereadores que tentam derrubar prefeitos e prefeitos que tentam derrubar seus municípios, e ainda sobram pessoinhas lutam ou bradando contra o progresso do país.
Não é hora de discutir partido ou quem, é hora de discutir e passar a limpo o país. Por caridade, agora é hora de tentar salvar o que restou do Brasil, porque ele já foi delapidado demais. Não por este ou aquele político, mas pelo povo brasileiro; pensem: é nosso país que se acaba e seu povo (que somos nós) que sofre. Ou torcemos juntos e superamos a crise ou seremos engolidos e triturados por ela.
Qual é a fumaça que cobre nossos olhos que não nos permite enxergar isso? Em que mundo vivemos que não percebemos que agora não se discute quem é o presidente, mas o que o povo sofre? Difícil ver tanta gente culta se colocando a margem da história, defendendo uma ideologia falida e canalha à título de uma convicção ideológica cega. Que há atrás desta nuvem?(Foto: www.brasil247.com)
Afonso Antonio Machado é docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.
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