SÉCULO XIX: Breves linhas sobre a Imigração no Brasil

SÉCULO

No decorrer do Século XIX, a transição do sistema de produção feudal para o de produção capitalista na Europa e, de resto, no mundo todo, norteou-se por um padrão semelhante, cujos fundamentos foram a concentração da terra nas mãos de alguns poucos proprietários; elevadas taxas de impostos incidentes sobre a propriedade, circunstância que pressionou os pequenos proprietários a se endividarem; a oferta de alimentos a preços baixos pelos grandes proprietários, o que inviabilizou a comercialização deles pelos pequenos agricultores, e o aproveitamento destes últimos como mão de obra na indústria nascente.

Este processo terminou causando a fuga em massa de pessoas do campo para a cidade, o que causou uma legião de desempregados, não aproveitados pelas indústrias quer pelo elevado número de interessados, que sobrepujava a necessidade de contratação, quer em razão da falta de qualificação técnica dos camponeses. Nesse ambiente, as famílias se desestruturaram e a fome e as doenças passaram a ser uma constante.

Por outro lado, as nações das Américas e a Austrália, recém libertas do jugo colonial, careciam de mão de obra livre para ser utilizada como força de trabalho substitutiva dos escravos e também de pessoas para povoarem seus territórios, afirmando sua soberania sobre eles.

Por isso que os governos do velho e do novo mundo e os grandes industriais e proprietários rurais deste último se deram as mãos para promover um movimento migratório em massa, valendo-se para tanto de empresas voltadas exclusivamente à emigração, cujos agenciadores descreviam as terras americanas e australianas como um mundo idílico, onde o campesinato poderia voltar a ter propriedades e enriquecer rapidamente com os frutos da terra, em que de tudo se colheria e em abundância.

Ofereceram-se benefícios àqueles que se lançassem na jornada, como a destinação de propriedades e de infraestrutura, promessas que, como se verá, na maior parte das vezes não foi cumprida pelos governos dos países que os receberam.

Assim, entre 1830 e 1930, mais de 50 milhões de europeus deixaram a continente. A maior parte dirigiu-se à América do Norte, mas 22% , cerca de 11 milhões, foram para a América Latina. Entre estes, 38% eram italianos, 28% espanhóis, 11% portugueses e 3% da França e da Alemanha.

Dos que vieram para a América Latina, 46% se dirigiram à Argentina, 33% ao Brasil, 14% a Cuba, e o restante se dividiu entre Uruguai, México e Chile.

Este mega movimento migratório reuniu pessoas de costumes e línguas completamente diferentes, o que, naturalmente, gerou conflitos, não raro fomentados pelo preconceito e pela intolerância, muitas vezes decorrentes de relações inamistosas preexistentes entre povos de regiões do mesmo país, como é o caso dos primeiros italianos egressos do Vêneto e de Nápoles.

OUTROS ARTIGOS MAURÍCIO CAMPOS DA SILVA VELHO

TEMPLÁRIOS, UMA ORDEM ENIGMÁTICA(PARTE 2)

TEMPLÁRIOS, UMA ORDEM ENIGMÁTICA

A RITUALÍSTICA FÚNEBRE NO SÉCULO XVIII

Nota-se uma diferenciação relevante entre os que emigraram para a Austrália e a América do Norte e os que vieram para a América Latina. Os primeiros, de uma maneira geral, não tinham interesse de voltarem aos países de origem. Já os últimos, principalmente após a desilusão experimentada pelo descumprimento das promessas feitas pelos governos e capitalistas dos países receptores, passaram a fomentar ardente desejo de regressar à terra natal, muitos só não o fazendo pela falta de recursos ou pelo constrangimento de retornarem pobres. Assim, dentre os italianos e portugueses emigrados para o Brasil, entre 37 e 40% voltaram ao torrão natal, uma ínfima parte tendo enriquecido com a estada entre nós.

Em que pese isso, profundamente relevante e enriquecedora foi a contribuição dos imigrantes aos países que os receberam, terminando eles por se integrarem completamente às populações locais, transmitindo-lhes sua cultura e assimilando as delas, num processo de amalgamento que se estendeu pelas gerações seguintes.

No capítulo seguinte deste artigo, falaremos especificamente sobre a imigração no Brasil.(Foto: www.editoracontexto.com.br)


MAURÍCIO CAMPOS DA SILVA VELHO
 
É juiz substituto em Segundo Grau do Tribunal de Justiça de São Paulo, atuando na 4ª Câmara de Direito Privado daquela Corte.

 

 


VEJA TAMBÉM

CLIMA DE HELLOWEEN TOMA CONTA DA FISK DA VILA VIRGÍNIA. VEJA VÍDEO

POR QUE A MENOPAUSA É ACOMPANHADA DE RUGAS, GINECOLOGISTA LUCIANE WOOD

CONHEÇA O CAFÉ FILOSÓFICO DA ESCOLA PROFESSOR LUIZ ROSA

QUER MORAR NUM CONDOMÍNIO TOP? CHAME O CORRETOR CAMPOS SALLES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES