Ações que não podem ESPERAR

Primeiro foi o susto da morte na queda de avião. Segundo foi a suspeita de que isso seria “queima de arquivo”. Terceiro foi que no Brasil as coisas andam sempre muito lentas e que é necessário chegar ao ponto final o mais rápido possível. A morte do ministro do STF – Supremo Tribunal Federal – Teori Zavascki – ocorrida na semana passada continua gerando interrogações por todo o Brasil.

Claro que num primeiro momento toda morte por acidente gera análises das ações a serem tomadas diante do trabalho que o falecido vinha executando. Mas divagações sobre quem deve assumir seu trabalho já deveriam ter terminado e o caso continuado a andar. Independente das férias do Judiciário, a verdade é que Teori sempre demonstrou que a solução para as delações dos integrantes da Odebrecht precisava ser rápida. O problema não se resume simplesmente na escolha de quem deve assumir o lugar de Teori no Supremo, mas é fundamental é quem continua seu trabalho. Há, portanto, duas situações nisso tudo: uma vaga aberta no Supremo e a outra em quem continua atuando neste maluco caso “Lava Jato” que assombra o mundo e causa decepções a todos nós brasileiros.

É assustador ver que um caso judicial demora anos a ter soluções. Ganha-se na primeira instância, mas cabe recurso, ganha-se na segunda, mas cabe recurso e assim vai… Um tribunal é ignorado para se buscar solução numa instância superior. Há crimes que transcrevem exatamente por conta de recursos. Um jornalista foi processado no início da década de 1990 e seu advogado o orientou a buscar testemunhas que seriam difíceis de serem localizadas. Justificativa: crime contra a lei de imprensa, naquela época, transcrevia em dois anos. Resultado: apesar de as testemunhas serem encontradas, o caso transcreveu.

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Os centros de detenção provisória estão lotados de pessoas que aguardam julgamento dos crimes que são acusados. Muitos casos, o julgamento ocorre e o condenado já cumpriu a pena à espera de uma sentença. É necessário que a Justiça seja mais rápida na busca de soluções e que os culpados sejam punidos dentro das leis existentes. Agora, é necessário que o presidente da República escolha rápido quem ficará com a vaga de Teori no Supremo. Muito mais rápido do que decidir se coloca ou não sua foto na galeria dos Presidentes da República.

NELSON MANZATONELSON MANZATTO 
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com