ALEXANDRE de Moraes X Alexandre Ramagem

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A bomba da semana passada estourou na quinta-feira(25), mas o estrago ainda vai ser grande! Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a Polícia Federal, mais uma vez esteve no prédio do Congresso, mais especificamente na Câmara Federal, mais especificamente ainda no gabinete do deputado Alexandre Ramagem, do partido do Jair, ex-presidente. Ramagem, pra quem chegou agora, foi chefe da Abin(Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do mesmo Jair. O citado acima, era policial federal de carreira e ocupou a função de segurança particular do mesmo Jair, durante a campanha eleitoral de 2018.

Mas a história começa a se desenvolver em 2020, quando Bolsonaro tentou nomeá-lo chefe da Polícia Federal e foi impedido pelo STF. A medida gerou na demissão do então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que alegou interferência do presidente na PF, que é subordinada a este ministério. Pra clarear mais ainda a história, na reunião ministerial de 22 de abril do mesmo 2020, Jair afirmou, alto e bom som, que queria alguém que lhe garantisse segurança a seus filhos e amigos. Sem conseguir o cargo, Ramagem continuou na Abin, agência parecida com o antigo SNI(Serviço Nacional de Informações) criado durante a ditadura militar, com o objetivo de coordenar informações sobre o Brasil no exterior e que teve em Golbery do Couto e Silva, seu grande nome na época. O SNI, na verdade, investigava a vida de políticos, atuação da igreja e sindicatos.

A ação, desenvolvida por determinação do xará do deputado e ministro do STF, recolheu computador e celular, em locais do Ramagem e que pertenciam à Abin. Ora, se Alexandre Ramagem deixou o posto em abril de 2022 para concorrer a deputado federa, porque tais equipamentos estavam de posse do mesmo? Mas isso é um detalhe que o leitor não vai conseguir responder corretamente, até porque é uma ação que a PF vai investigar.

Dentre as ações desvendadas, estão investigações sobre o caso Marielle Franco, morta junto com seu motorista, em 2018, e até agora nada concluído, já que o caso ficou praticamente parado durante o governo Bolsonaro. As investigações da Abin recaiam sobre Simone Sibilio, coordenadora da força tarefa que investigava o caso.

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As investigações sobre as ações da Abin durante o governo do Jair, mostram monitoramentos sobre os filhos Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro, no caso das rachadinhas que não sai do papel. Se voltarmos lá no começo do texto, vamos perceber que Jair dizia que queria alguém para proteger seus filhos…

Por que havia interesse da Abin em monitorar o caso de Marielle e de acompanhar ações dos filhos de Jair, ou por que equipamentos da Abin estavam com o Ramagen, nem Janete Clair – famosa autora de novelas da Globo – tem as respostas. Primeiro porque ela não está mais aqui e segundo porque estes casos precisam de respostas e é isso que a Polícia Federal está investigando. Mas haverá, com certeza, novos capítulos. Basta puxar a cadeira e acompanhar capítulo a capítulo e, quem sabe, sem intervalos comerciais. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

NELSON MANZATTO

É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.

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