AMIGOS…

amigos

Dizem que amigos são poucos e os contamos nos dedos de uma mão. Por um tempo vivi presa entre este conceito e o de ter um milhão de amigos como canta Roberto Carlos.

Afinal, quem são nossos amigos?

São os que caminham com a gente? São os guardiões dos nossos segredos? Os que apoiam nossas ideias malucas? Os que nos situam quando nos brotam tais ideias? Os que ouvem calados nossos desabafos? Ou os que escancaram verdades que batem de frente com as nossas? São nossos colegas de trabalho ou de escola? São nossos parceiros de vida… namorados(as)… amantes? São os que ligam bêbados, às 4 da manhã, para dizer que nos amam? Ou os que não precisam ligar porque dividem o mesmo copo com a gente e assim declaram seu amor, aos berros, em via pública, seja na mais recôndita vila de nossa cidade ou num lual em Saint Barth? Os que contam moedas para dividir uma dose ou os que nos dizem “vamos, eu pago tudo”?

São nossos pais, irmãos… membros da família?

São nossos bichinhos de estimação que nos dispensam amor incondicional? Ou nós mesmos e toda legião de anjos, santos, protetores espirituais, com quem dialogamos mental e verbalmente nas horas indecisas? São aqueles a quem somos apenas gratos? Ou os que nos obrigam a reabrir feridas mal curadas.

Gosto do conceito de amigo que desenvolvi aos 35 anos, quando soube, subitamente, que mamãe, um dia antes saudável… teria poucos dias de vida… (e assim foi).

Naquele dia, ao sair chorando do consultório médico, recebi um abraço de alguém que eu não conhecia e nunca mais vi. Essa pessoa me abraçou na alma e com muita firmeza no olhar, disse “seja o que for, vai passar”. Confortou-me naquela dor profunda e com seu gesto caridoso, tocou meu coração na certeza de suas palavras. Passou… e eu nunca esqueci tal gesto de amor.

Então entendi que amigo é aquele que nos socorre quando e onde mais precisamos… assim… não há tempo e espaço que limitem este sentimento.

A amizade surge num bate papo informal, virtual ou real… num momento de alegria ou tristeza extremas… a gente se torna amigo através de um único olhar ou ou anos luz de convívio.

Do latim “amicus”, a palavra amigo remete amor e amor não se mede pois é abstrato; as manifestações do seu efeito continuam imensuráveis renovando-se e reafirmando-se a cada vez que relembramos… e relembramos quando precisamos, geralmente intuídos por nossa consciência, mentor ou anjo da guarda… como quer que a gente o conceba… um amigo.

Amigo é também o livro conselheiro de cabeceira.

Ontem tive por instantes uma amizade, enquanto lia um texto sobre inteligência artificial e os medos que dela acarretam. O autor me esclareceu e me livrou de um sentimento que me bloqueava. Só um amigo é capaz disso. Hoje, discutirei com um amigo que tenho há 40 anos sobre o assunto que tanto bem me fez.

Amigo é quem nos faz bem, por uma vida ou por instantes que se perpetuam.

OUTROS TEXTOS DE ROSITA VERAS

CARTEIRO JOAQUIM

O ANELZINHO DE PEDRA AZUL

MÃE, VOCÊ NÃO É TODO MUNDO

Definitivamente, não gosto do conceito de que os amigos cabem nos dedos de uma mão. Não seria banalizar o conceito de amizade, seria  diminuir o sentimento daqueles que nos lançaram um olhar amigo quando mais precisamos, porque talvez naquele olhar tivesse contido todo amor do ser. 

Prefiro acreditar que gestos de caridade, física, moral ou espiritual, são amor e amizade.

Há mais de 2 mil anos um amigo nos disse isso e estendeu em exemplos infinitos o conceito de amizade.

Não conto meus amigos porque me perderia nas contas, mas não me esqueço de nenhuma vez que com eles contei… fossem problemas… piadas… dinheiro… ou estrelas!(Foto: Cottonbro Studio/Pexels)

ROSITA VERAS

É escritora, ghostwriter e articulista

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