Nesta semana completei mais um ano de vida. Como não poderia deixar de ser, o dia do aniversário sempre nos obriga a uma reflexão interior, momento quando nos deparamos com a nossa trajetória neste planeta e o que fizemos de bom e ruim nos últimos 365 dias do ano. Faço parte de uma geração de transição, da transformação do analógico para o digital e agora virtual, e isso acaba influenciando totalmente na nossa vida, especialmente numa data tão importante quando o nosso aniversário. Quer um exemplo? Os abraços, beijos, apertos de mãos e até mesmo os telefonemas foram substituídos pelas mensagens via WhatsApp ou chamadas de áudio ou vídeo. O contato humano tipo olho no olho está se perdendo a cada geração.
Eu faço parte do século passado e nas décadas de 70 ou 80 o dia do aniversário era o momento de receber os cumprimentos. Minha tia Alice era sempre a primeira a me ligar, logo de manhã, para os parabéns. Ela tinha uma agenda com as datas de nascimento de dezenas de pessoas e nunca deixava ninguém de fora. Que saudade destas ligações. Ela se antecipava até mesmo à minha mãe na hora das felicitações. Melhor que isso era receber os presentes, ou melhor, lembrancinhas. Como não havia ainda internet, as pessoas se cumprimentavam pessoalmente e aí era de bom tom entregar um mimo “físico” para o aniversariante.
Fazer aniversário também era uma curtição na escola. Os amigos cumprimentavam puxando as orelhas do aniversariante tantas vezes até chegar ao número da nova idade. Felizmente, esse hábito era mais comum no ensino fundamental e o cumprimento não passava dos 13 ou 14 puxões. E ninguém ia reclamar de “bullying” com a diretora. Ficar com a orelha inchada fazia parte da festa e significava que éramos populares.
Os aniversariantes também corriam o risco de levar ovos e farinha de trigo na cabeça. Graças a Deus a ovada acontecia sempre depois da aula e a mãe levava um susto com a sujeira. Cheguei a pensar que a prática da ovada era coisa dos antigos, mas minhas filhas também foram empanadas na saída da escola, num dos aniversários passados. Como se vê, alguns hábitos se perpetuam por gerações.
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Hoje em dia tudo ficou mais fácil, tanto para o aniversariante quando para os amigos e parentes na hora dos cumprimentos. Basta mandar um “zap” que tá tudo certo. E vai dizer que não é gostoso abrir a caixa de mensagens e ver tantas carinhas te desejando feliz aniversário? É muito legal! Amigos que estão distantes, em outros países, podem mandar áudio e até mesmo “live” com cumprimentos e felicitações. A tecnologia eliminou o calor humano, com certeza, mas aproximou as pessoas de outra maneira. Os cumprimentos e as mensagens chegam agora pela web. Os tempos mudaram, mas não estão piores, estão diferentes.
Nesta semana, depois de completar mais um ano de vida, agradeci a Deus e aos anjos por mais uma primavera (não pergunte quantas…) e por poder continuar a fazer parte deste planeta, apesar de tantas turbulências e incertezas. Meu novo ciclo já está em curso, segue acelerado e a minha meta é aproveitá-lo da melhor maneira. Na torcida pelos próximos 365 dias e que eles passem mais devagar…(Foto: br.blastingnews.com)

VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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