Ataque de bolsonaristas a ônibus de alunos: caso volta para juiz

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Mais de um ano depois do ataque de bolsonaristas a ônibus com estudantes da ETECVAV Benedito Storani, o Colégio Técnico, dois dos acusados continuam ‘desaparecidos’ e ainda não foram ouvidos pela Justiça. O caso voltou para o juiz Clóvis Elias Thamê, da 2ª Vara Criminal de Jundiaí. Ele decidirá o que será feito diante dos depoimentos já coletados, o sumiço dos acusados e as provas, sobretudo vídeos feitos pelos alunos que foram postados nas redes sociais. Os oficiais de Justiça tentaram intimar os réus cinco vezes, entre maio e setembro último. O caso ganhou repercussão nacional.

O ataque dos bolsonaristas ao ônibus aconteceu no dia 3 de outubro do ano passado, perto do 12º Grupo de Artilharia de Campanha(GAC), onde centenas de apoiadores do ex-presidente ficaram acampados por vários dias. Em julho deste ano, o Jundiaí Agora já tinha divulgado a dificuldade para se localizar os acusados. Até aquele mês, por cinco vezes oficiais de justiça tentaram intimar os réus, sem sucesso. Eles foram denunciados por formação de quadrilha ou bando.

A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça(TJ) do Estado de São Paulo informou que a denúncia contra os três acusados foi recebida no dia 15 de fevereiro deste ano. O Ministério Público(MP) pediu a prisão preventiva deles, o que foi negado pelo juiz Clóvis Elias Thamê. “Ainda não houve audiência de instrução e julgamento do processo, ou seja, os réus ainda não foram ouvidos pela Justiça”, explicou a assessoria na época.

O promotor João Alfredo Ribeiro Gomes de Deus pediu a prisão preventiva dos bolsonaristas no final de novembro passado. Antes, a Polícia Civil já tinha feito o mesmo pedido quando indiciou o grupo por associação criminosa, dano ao patrimônio, constrangimento político, ameaça e lesão corporal. No texto, o promotor chama os invasores de ‘radicais’. “Os três homens, mancomunados e associados para o fim de cometerem os crimes, arremessaram pedras no ônibus em movimento, feriram levemente um dos alunos, constrangeram um outro mediante violência e grave ameaça. Dificultaram, com emprego de violência física e psicológica, o exercício de direitos políticos dos estudantes em razão de suas convicções, danificaram o coletivo que presta serviço público de transporte”, afirma o promotor.

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Os advogados de um dos acusados apresentaram defesa por escrito ao juiz. Para os defensores, o Ministério Público – que pediu a prisão preventiva dos três envolvidos – “demonstra evidente parcialidade condenatória, além de expor o ocorrido como se fosse um show de horrores. Analisando os fatos e as supostas provas que fundamentam a denúncia não há nada que sustente a punição contra o denunciado. O pedido do MP não tem o mínimo de provas, além de conter viés político/partidário/radical do promotor que deveria demonstrar uma total imparcialidade política, o que não se observa. De toda a denúncia, extrai-se evidente desmembramento político dos fatos, exaltando situações apenas de cunho político-partidário. Está longe de ser uma denúncia tipicamente criminal em relação aos atos imputados ao denunciado, e sim, um desfraldar de bandeira opositora, revelando um viés tendencioso do representante do Ministério Público”, dizem os advogados.

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