Jundiaí viveu uma vida noturna agitada nos anos 80, uma época em que o maior equipamento tecnológico que possuíamos era o rádio de um carro, um tape da marca Roadstar com um amplificador Tojo acoplado. Este tape era de “gaveta” e podia ser retirado do veículo pra não ser furtado. Não havia shopping. O Teatro Polytheama estava em ruínas. Parques, só o da Uva. Como divertimento, só tínhamos os cinemas, os clubes e os bares da vida.
Era uma época impensável para os jovens de hoje. Não havia internet e celular, tecnologias indispensáveis agora. Mas usados sem equilíbrio, tira nossos maiores presentes: o tempo e a convivência harmoniosa e direta com as pessoas que nos são caras. Encontros eram marcados na casa dos felizardos que tinham telefone, coisa cara na época, ou pelos orelhões.
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Naquela época, nossa rede de relacionamentos era real, palpável, mais espontânea e direta. As crianças dos anos 1960 cresceram e com elas o desejo de liberdade e diversão e dessa demanda começou a surgir os barzinhos para suprir toda aquela vontade e energia que até então se restringia aos únicos cinemas que restaram, o Ipiranga e o Marabá e a alguns bailes em clubes .
O Zé do Papagaio ficava na Rua São Bento. O nome foi dado em homenagem a um bar dos anos 1950 com o mesmo nome e que ficava na esquina da Engenheiro Monlevade com a Senador. Depois vieram o MPBar, na Vila Arens; Pelicano´s e o Biri Nigth´s, perto do antigo Quartel.
O Neanderthal, montado pelos amigos Zé Carlos Manhe e Carlos Mariano ficava na Mansão dos Picchi, na Rua Barão de Teffé, Anhangabaú. O Neanderthal foi sucesso imediato. Na foto principal, acima, apresentação da Banda Transport com participação de Romão de Sousa e Marta. Abaixo, mais um pouco do bar Neanderthal…
O Chico´s Bar era na rua Major Sucupira e depois se mudou para o Clube Acre. O Carinhoso, pequeno mas muito agitado por trazer cultura e diversão com Chorinho, karaokê, Samba e MPB, foi idealizado por Aníbal e Vânia. Na foto abaixo, de 1985, Valdir Dias, João Carlos e Donizetti, Do Sombra e Água Fresca, estão se apresentando no Carinhoso, que ficava na rua 11 de Junho esquina com a Rua do Rosário.
O Dobrão, na rua Carlos Gomes, tinha um ambiente lúdico com garçonetes com roupas de época, cadeiras antigas e manequins pendurados no teto. Esse barzinho foi criado e dirigido por Wilson De Fiori e João Augusto Júnior, tinha também um quiosque na avenida Jundiaí onde vendia sucos, porções inusitadas e a primeira casa que fez caipirinhas com outras frutas. Mais fotos dos bares que deixaram saudades:
Os músicos da cidade se revezavam em suas apresentações nesses bares: Zambelli, Neguinho, Venâncio, Martinha, Sombra e Água Fresca, Fofão, Kid, Banda Transport, O Trio Betinho, Serginho e Vassoura e tantos outros que embalaram conversas, danças, namoros, abraços, sorrisos e muitos sonhos numa época bem diferente…
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