Nos próximos dias os leitores poderão acompanhar a participação brasileira no 73º Festival de Cinema de Berlim(Berlinale). Os textos são da jornalista jundiaiense Sandra Mezzalira Gomes, que mora na Alemanha há mais de 20 anos. Confira:
Na embaixada…
A embaixada brasileira em Berlim recebeu centenas de convidados envolvidos com o festival. A tradicional recepção já não acontecia há alguns anos, principalmente por causa da pandemia. O atual embaixador, Roberto Jaguaribe, citou a importância da participação no evento e cumprimentou artistas, diretores, jornalistas e membros da comunidade brasileira que estiveram prestigiando a recepção. Um dos que circulava conversando abertamente e sempre com um sorriso largo no rosto era o diretor do “A Rainha Diaba”, Antonio Carlos da Fonseca(na foto principal com Sandra). O longa filmado há 50 anos foi digitalizado há pouco tempo e tem sido exibido em várias oportunidades, para a satisfação dele que não esconde o orgulho. “Fizemos o filme quase que como uma brincadeira e atualmente é super atual e um sucesso”.
Com diversas cenas de sangue já que retratam a luta dos traficantes da década de 70, a violência, o homossexualismo, leva à várias reflexões. Para o diretor, quase que “um acaso”, já que queriam apenas retratar o que viam na época sem segundas intenções. “Eu era casado com a Odete Lara na época e adorava os momentos em que podia “jogar sangue” nos atores para a filmagem. Acho que minha mãe me criou de forma muito rígida, muito formal, nunca saía de casa sem dar a mão para alguém quando era menino, provavelmente o filme foi até meio uma rebeldia minha”, brincou. Fonseca contou para mim que conhece Jundiaí. “Olha só, eu de Copacabana para Jundiaí”.
Experiência única
Normalmente, a Berlinale possibilita a aproximação do público com os produtores, cineastas, atores e o restante da equipe após a apresentação do trabalho deles nas telas. Desta vez, após mais de uma década escrevendo sobre o Festival, tive uma experiência única. Uma produção feita por membros da comunidade brasileira de Berlim nos estúdios da Babelsberg em Potsdam chamada “Quarta-feira de Cinzas” (Ash Wednesday) levou vários rostos conhecidos e amigos de anos à tela.


Foi interessante descobrir em diversas conversas informais um pouco mais dos bastidores das filmagens, do processo de seleção para conseguir entrar oficialmente no festival, como foi possível montar um cenário que mostrasse uma favela do Rio de Janeiro na pequena cidade alemã, e claro, sentir o orgulho de ver pessoas as quais acompanhamos o trabalho há anos num momento extasiante como este. O resultado é um musical de trinta minutos (média-metragem) cantando em português, financiado com verbas da Alemanha e participando da mostra “Perspektive Deutsches Kino – Perspectiva do Cinema Alemão”. Joao Pedro Prado, um dos diretores ao lado de Bárbara Santos, comentou na recepção da embaixada que é estudante da Universidade de Cinema da Alemanha e não seria possível fazer o filme se não fosse com os brasileiros que moram nesta região.
Agenda Cultural – Na Fábrica de Infâncias Japy, as atrações aos finais de semana começam sempre às 10h30. No sábado (25), a atração programada é a Oficina Aboré: Pirâmide de Bambu” sob o comando de Mariana Escher . A Vivência Circo Orgânico faz com que o participante pratique de forma segura a junção dos movimentos de circo, dança e movimento natural/locomoção animal. Acrobacia coletiva a partir de duas pessoas, mas podem ser feitas em grupo ou individuais.

No domingo (26) Show Musical Infantil “4Banda” com Cena 4 Produções – Show Musical indicado para todas idades. Trata-se de um animado e divertido tour pelo universo musical infantil. Contanto com voz, violão e percussão, os quatro artistas cantam cantigas de roda, clássicos infantis e outras músicas, numa mescla de estilos – do rock ao samba, e do rap à MPB… tudo isso numa grande brincadeira.
A Fábrica Japy está localizada na rua Lacerda Franco, 175, Vila Arens. Mais informações 4521-0971 Horário de funcionamento no sábado e domingo é das 9h às 13h.
Em março – A Pinacoteca Municipal Diógenes Duarte Paes recebe, no dia 04 de março (sábado), uma vivência indígena gratuita, com Nikita Nhandeva(foto abaixo), que é da etnia Guarani Nhandeva.

Ela é da etnia Guarani Nhandeva e criou o projeto “Respeita Nossa História”. Também é responsável pela criação de um coletivo de mulheres indígenas em contexto urbano que atua na região de Campinas. A atividade será realizada das 13h às 16h e os interessados em uma das 30 vagas gratuitas devem realizar inscrição prévia por meio de formulário on-line.
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