Interessante ver com as coisas demoram a acontecer neste país: denúncias ficam enroladas, parlamentares supostamente envolvidos em corrupção veem os casos parados. Mais denúncias contra o presidente. Porém, não se entusiasmem: elas não andam, as reformas prometidas estão longe de acontecer, faltando pouco mais de um ano para as eleições e, como todos sabem, é preciso mostrar serviço para conseguir ser eleito.
Diante deste quadro parado, com promessas de reformas, como já disse acima, não avançando, o que faz o governo vibrar: um mês de deflação e um ligeiro aumento de vagas de trabalho no mercado. Mas para um país que tem cerca de 14 milhões de desempregados, fazer festa com pouco mais de 35 mil vagas abertas, parece querer enganar a si próprio. Enfim, o Brasil precisa avançar, precisa gerar empregos, precisa aumentar salários, mas a proposta do novo mínimo, que vigora a partir de janeiro do próximo ano, parece uma piada ainda maior do que a da geração de empregos. Não se pode fazer festa para um salário que sobe de R$ 937 para R$ 979. Estes R$ 42 realmente não resolvem o problema de um trabalhador que ganha salário mínimo.
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No meu tempo de redação de jornal – e acredito que isto continua até hoje – dizíamos que piso de jornalista era teto na maioria das redações do interior de São Paulo. Não se pode dizer do Brasil, porque a profissão está cada vez mais desgastada, principalmente com a redução dos veículos impressos. Mas dentro da linha geral, dizer que R$ 979 é um salário mínimo muito mínimo! E comparar com o benefício dos aposentados, é fazer chorar ainda mais quem precisa deste minguado dinheiro para sobreviver.
Como o beneficio não está vinculado ao mínimo, quem se aposenta ganhando dez salários mínimos, pensa que vai receber R$ 9.370, quando na verdade recebe R$ 5.531 e, com a desvinculação, muito em breve estes dez que nada mais são do que quase seis salários mínimos, serão apenas dois ou três.
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Seria interessante estes parlamentares que têm direito a passagens semanais de avião para suas terras natais e a terem mais de uma dezena de funcionários, que recebessem durante um ano – pelo menos – um salário mínimo por mês para ver o que é bom para tosse. E ao invés de terem planos de saúde caríssimos, enfrentarem a fila do SUS para ver e sentir na pele a dureza de um trabalhador brasileiro que mal consegue pagar uma passagem de ônibus. Até porque a maioria está de bolso vazio.
Hora de virar o disco e mudar a situação. Hora de o País se mobilizar e deixar de ir às urnas dentro de um ano. Para ver quem comanda esta Nação onde os corruptos estão acima de qualquer poder. (foto acima: acicg.org.br)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com