Estava chegando ao condomínio, depois de uma caminhada, e ao abrir o portão avistei um morador do meu prédio que vinha na direção contrária. Sinceramente, não o conhecia pessoalmente, apenas de vista, mas percebi que ele iria passar pelo mesmo portão que eu, só que na direção oposta. Minha reação foi óbvia, isto é, segurei o portão para que ele pudesse passar e ainda o cumprimentei com um simpático bom dia, esperando ser correspondida com a mesma simpatia. Mas não… o sujeito passou pelo portão, não agradeceu a gentileza e muito menos retribuiu o cumprimento. Fiquei no vácuo…
Os anos vão passando e as pessoas estão cada vez mais se enclausurando dentro de si mesmas, se fechando em seus próprios mundos. Não estou criticando quem prefere se manter dentro de uma bolha particular, afinal, as ruas estão cada vez mais violentas e as relações interpessoais muito mais complexas nos dias atuais. Entretanto, ainda somos seres sociais e o convívio com terceiros faz parte da nossa própria natureza.
Lembro-me da minha infância, quando minha mãe e minha avó davam bronca quando eu ia à casa de algum conhecido e não cumprimentava as pessoas. Criança, muitas vezes ficava com vergonha e não cumprimentava ou simplesmente nem lembrava desta cortesia. Mas, claro, minha avó e minha mãe estavam certas: o que custa dar um bom dia? Quando você começa uma conversa com um cumprimento educado, pode ter certeza que o papo vai fluir melhor.
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E o cumprimento não é apenas mera formalidade social, é uma prova de que você foi educado e valoriza as relações sociais. Até mesmo os animais possuem suas próprias formas de interação com outros seres da sua espécie. Os cães, por exemplo, se cheiram.
Verdade seja dita, estamos cada vez mais solitários e evitando a interação com outros grupos que não fazem parte do nosso universo de interesse. Cumprimentar as pessoas, para muita gente, é coisa de velho, hábito do passado. Dizer por favor e desculpe está caindo de moda, bem como ter um gesto de gentileza para pessoas que moram no mesmo espaço que você. Eu vou continuar a cumprimentar as pessoas. Quem quiser responder, que responda. Quem não quiser…(Foto: Andrea Piacquadio/Pexels)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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