As bombas que explodiram na metade da semana passada, junto aos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Câmara dos Deputados, serviu para enterrar, de vez, a ideia de anistia aos presos de 8 de janeiro de 2023. Projeto que circula no Congresso e que visa anistiar os chamados “terroristas” de janeiro do ano passado, deve ser engavetado. A opinião não é minha, mas de parlamentares, principalmente da chamada direita radical, quer dizer, do PL, partido do qual Jair Bolsonaro faz parte, manda e desmanda e ainda sonha em se candidatar em 2026, apesar de estar inelegível!
O que se sabe é que Francisco Wanderley Luiz morreu ao detonar explosivo junto ao prédio do STF. Segundo funcionário que estava no local naquele momento, o falecido segurava uma mochila e lançou uma bomba em direção ao prédio onde os ministros do Supremo estavam reunidos. Esta explodiu, mas um outro artefato que teve o mesmo resultado, acabou tirando a vida do ex-candidato a vereador em 2020, pelo PL, na cidade de Rio Grande, em Santa Catarina, e obteve 98 votos, não se elegendo. Outras bombas estouraram dentro de seu carro, que estava no estacionamento ao lado da Câmara Federal que, também, estava em sessão.
O episódios das bombas mostra a falta de segurança nas instituições depois do ocorrido em janeiro do ano passado, levantando um problema que poderia ter tido consequências maiores: o suspeito circulou pela Câmara tranquilamente, avisou nas redes sociais que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”, com uma foto do plenário do STF. Nas mesmas redes, ele já havia alertado sobre o que iria fazer.
Toda esta história faz lembrar um fato ocorrido no Rio Centro, no dia 30 de abril de 1981, quando a ditadura militar comandava este Brasil. Ali se realizava uma festa, reunindo 20 mil pessoas num show em homenagem aos trabalhadores. Por volta das 21 horas, no estacionamento do Rio Centro uma bomba explodiu dentro de um carro, matando o sargento do Exército, Guilherme Pereira do Rosário, já que a mesma estava em suas mãos, e ferindo gravemente o capitão Wilson Dias Machado. Segundo consta, este fato evitou que centenas de pessoas morressem, caso a explosão ocorresse no local do show. Este terrível atentado, segundo consta, teria sido planejado e executado por militares com o objetivo de atribuir o mesmo a militantes da esquerda e retardar ou impedir a abertura política que estava em andamento.
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Claro que o Rio Centro não está na Praça dos Três Poderes, em Brasília, mas é hora de os responsáveis pelos prédios do local que busquem alternativas para evitar novas bombas ou situações ainda piores do que as vividas semana passada.
A direita se sentiu frustrada, pois não tinha planos de uma ação deste tipo, mas na opinião de parte deles, leva ao fracasso a proposta de anistiar terroristas de 8 de janeiro e que Jair Bolsonaro insiste em dizer que estão presos idosos, chefes de famílias, etc, etc, mas quando fizeram o que fizeram não se lembraram deste detalhe.
No mais, a PEC do 6×1 está em discussão do Congresso e se fala em 5×2 e até 4×3, mas esta situação não deve ser resolvida este ano. Frustrante é lembrar do 7×1 da Alemanha contra o Brasil em 2014.(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
NELSON MANZATTO
É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.
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