CAIS Samy Fortes: Do luto à luta

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Em 2018, quando Samy Fortes, travesti afro-indígena, artista plástica e uma das mais importantes lideranças trans de Jundiaí decidiu transformar afeto em política, nasceu o CAIS. Hoje, o coletivo voluntário sem fins lucrativos leva o seu nome: CAIS Samy Fortes. Samy partiu em 3 de janeiro deste ano, mas o que ela edificou permanece: um Centro de Apoio e Inclusão Social que acolhe, orienta e organiza a luta de travestis, transexuais, transgêneros e pessoas em situação de vulnerabilidade em Jundiaí e região.

O ano começou com o luto da perda de Samy(foto principal). Mas, rapidamente se transformou em luta. Entre 25 de janeiro e 1º de fevereiro, realizamos a ‘Semana da Visibilidade Trans’, que contou com o apoio e colaboração de mais de 100 pessoas, entre voluntários, contribuintes, artistas, profissionais e participantes. Foram oito dias de eventos promovendo cultura, entretenimento, atividade física, aprendizado e principalmente o respeito pela diversidade.

Seguimos com uma diretoria composta por oito pessoas e dezenas de voluntários que tornam o trabalho possível. Nossa estrutura se organiza em 11 núcleos que conectam necessidades e direitos: Educação (NAAED), Psicologia (NAAP), Jurídico (NAAJUR), Assistência Social (NAASSIS), Comunidade Negra (NAACON), Meio Ambiente (NAAMA), Empregabilidade e Empreendedorismo (NAAEMP), Mulheridade (NAAM), Comunicação (NAAC), Cultura (NAACULT) e Saúde (NAAS).

A partir destes núcleos, florescem movimentos como o EducaTrans (cursinho popular gratuito com foco na população trans e travesti), Cozinha Colaborativa (marmitas veganas entregues à comunidade de Ivoturucaia), assistência psicológica gratuita, TransVivências (rodas de conversa sobre a realidade de pessoas trans e travestis), Balcão de Empregabilidade, Mutirão de Adequação de Registro Civil em parceria com a Defensoria Pública de Jundiaí  e o direcionamento para terapia hormonal pelo SUS.

Samy deixou um legado importante, plantou sementes que germinam em cada pessoa que engaja nas ações e propostas do CAIS Samy Fortes. O que nasceu de sua coragem e visão hoje se afirma como referência de resistência, cuidado e transformação social. O futuro que sonhamos não será simples, mas sabemos que já não caminhamos no escuro. Temos um farol aceso pela sua história. Que cada passo do CAIS seja também um tributo à sua memória, mantendo viva a certeza de que um mundo mais justo, diverso e humano é possível.

GABRIELA SATURNO

É multiartista visual (foto/videografia, design gráfico e ilustração digital), travesti, diretora e coordenadora de Comunicação do CAIS Samy Fortes (Centro de Apoio e Inclusão Social)

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