Depois da tragédia no Rio Grande do Sul ficamos preocupados e nos perguntando se isto poderia acontecer aqui em nossa Jundiaí. Os especialistas afirmam que é altamente improvável, pois estamos em uma região mais alta e com estrutura hídrica que, no máximo, alagariam algumas poucas regiões e por pouco tempo. Estamos vivendo sucessivos fenômenos climáticos que produzem inúmeras apreensões, dentre eles há uma ameaça real da qual muito poucos se dão conta: as ondas de calor.
Nestas últimas semanas, lembrando que ainda estamos saindo do inverno, pudemos sentir os efeitos de temperaturas acima dos trinta graus que nos trazem inúmeros desconfortos. O clima seco e a ocorrência de incêndios, provocados ou não, são características desta época de início da primavera. Se estamos sofrendo agora como serão os dias com a previsão de calorão de quase quarenta graus, cada vez mais comuns em nossa região. Como ainda estamos protegidos pela serra do Japi há bem pouco tempo nosso clima era ameno e fazia muito frio nos nossos invernos, entretanto parece que nossos anteparos associados ao adensamento de concreto e asfalto tem aumentado nossa temperatura independente dos fatores climáticos que estão chegando.
Não é demais lembrar que o calor ocorre por reflexão. O sol aquece a terra que emana as temperaturas que vivenciamos. Assim o calor que sentimos vem de baixo e não de cima como imaginamos. O tipo de solo ajuda neste processo reflexivo e à medida que aumenta o índice populacional, construções e ruas, mais forte é a sensação térmica. Se este clima se agrava e o fenômeno das ondas de calor se amplia algumas ações devem ser tomadas para evitar o que tem acontecido em muitas regiões do mundo com consequências letais.
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Temos uma temperatura corporal média de trinta e seis graus e nosso relógio biológico se ajusta naturalmente às variações térmicas. Quando a temperatura cai precisamos compensar com agasalhos, mas quando a temperatura aumenta precisamos nos proteger, pois nosso organismo não suporta determinadas temperaturas. Nosso corpo reage muito mal a temperaturas acima de quarenta graus e se nossa temperatura corporal exceder os quarenta e três graus nosso risco de morte é muito alto. Assim não precisamos de uma alteração extrema nas temperaturas para estarmos realmente ameaçados.
Uma das soluções para combater as inevitáveis ondas de calor são as árvores. Quanto mais melhor. Por isso é fundamental aumentar o seu plantio, sobretudo em ruas e avenidas onde o calor se faz mais presente. Muitas vezes esta prática não é bem entendida e aceita, pois a vegetação muitas vezes ocupa espaços de veículos e de usos comerciais, mas é preocupante que não tenhamos a consciência de que isso seja fundamental e esperamos que o poder público continue a arborizar nossa cidade, inclusive com campanhas mostrando que isto pode significar melhoria na qualidade de vida e preservação de nossa saúde.(Foto:Divulgação/Nasa/SDO)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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