Luiz Mirabelli Júnior mora no jardim Pacaembu, em Jundiaí. É fã da Citroen e de Frank Sinatra. Na garagem tem um carro da marca francesa. Quanto a Sinatra, Luiz faz shows. Ele até já se apresentou no programa do Faustão. O cantor tem uma outra distinção que, para os espíritas mais estudiosos, é o que o faz realmente especial: o sobrenome. Neto de Carmine Mirabelli, também conhecido por Carlos Mirabelli, médium que nasceu na cidade de Botucatu em 1889 e que assombrou o mundo nas primeiras cinco décadas do século passado. Entre seus maiores feitos estavam a levitação(foto abaixo) e a materialização de espíritos. Foi preso e até internado no Juqueri, o hospital psiquiátrico de Franco da Rocha, por curanderismo e exercício ilegal da medicina. Carmine – que dormia de luz acesa com medo das manifestações – morreu vítima de um atropelamento, segundo registros. “Meu avô foi o maior médium que o mundo já viu”, afirma Luiz. O Jundiaí Agora publica, a partir de hoje, série de entrevistas com o neto do médium. No próximo domingo(25), a segunda parte:
O senhor se lembra de Carmine Mirabelli?
Eu era muito criança mas me lembro. Ele tinha uma personalidade tremenda, um rosto impressionante… Lembro de fatos que outras crianças não lembrariam se meu avô não tivesse tanto carisma.
Quais as diferenças entre ele e Chico Xavier?
Carmine Mirabelli foi o maior médium psicógrafo que já existiu. Ele psicografava em 35 idiomas, inclusive línguas mortas. Não houve outro ser humano que recebeu mais mensagens e as escreveu do que meu avô.
Ele chegou a publicar livros com estas mensagens?
Não. O que aconteceu é que a mediunidade espantosa dele ganhou o mundo. Jornalistas de vários países vieram ao Brasil para vê-lo. Pesquisadores e cientistas fizeram o mesmo. Eurico de Góes, que foi deputado e diretor da Biblioteca de São Paulo, acompanhou meu avô por mais de 20 anos. A esposa tinha um problema e ele queria que Carmine a curasse. Em 1937, Eurico escreveu o melhor livro sobre a vida de meu avô: Prodígios da Biopsychica.
Ele também tinha o dom da cura?
O brasileiro não tem memória. Meu pai foi, dos quatro filhos que Carmine teve, o que mais conviveu com ele e presenciou muitas curas. Ele fazia paralítico andar, cego enxergar. Mas isto ocorreu no início do século 20. Naquela época, Carmine Mirabelli foi citado nos maiores jornais do Brasil e do estrangeiro. Ele foi submetido a diversos estudos psíquicos.
Jornais da época diziam que ele também conseguia materializar espíritos, desmaterializar o próprio corpo e levitar…
Sim. Tenho fotos de levitação dele. Meu pai presenciou uma vez. Tem reportagem de Jorge Rizzini(escritor, jornalista, radialista, publicitário e médium psicógrafo) que fala dos fenômenos que acometiam meu avô. Ele diz no texto: “Mirabelli era dotado de clarividência, clariaudiência e pregnação(qualidade ou virtude daquilo que impõe ao espírito ou daquilo que produz forte impressão). Ele também psicografa, é médium pintor e cantor. É capaz de materializar espíritos e levitar”.
Ele foi acusado de fraudes?
Fraudes nunca foram comprovadas. Há inúmeros depoimentos de cientistas do exterior que estudaram os fenômenos. Meu avô tinha defeitos e qualidades. Ele não era nenhum santo. Mas tinha um poder sem igual.
Quando tudo começou?
Ele era filho de um pastor protestante italiano. Estudou em colégio de padres. Com uns nove anos ocorreu o primeiro fato mediúnico. Ele começou a falar em latim com os padres da escola. Discutiu sobre evolução e involução. Os religiosos ficaram abismados. Era um latim puro. Até os padres tinham dificuldade para entender. Carmino Mirabelli foi expulso da escola…
Há relatos de que numa loja de sapatos onde trabalhava, caixa de sapatos voavam na presença de quem ali estava…
Isto mesmo. A partir da adolescência, a mediunidade passou a se manifestar cada vez com mais intensidade. Em Botucatu, as pessoas iam até a casa dele para obter curas. Há fotografias destas ocasiões. Quando pai dele morreu em 1914, a mediunidade deu um salto estupendo. A ponto de meu avô não conseguir mais controlá-la, saber o que estava acontecendo nem o que deveria fazer. Estava totalmente sem controle. Até que começou a receber orientações de amigos e passou a controlar os fenômenos. A história da loja de sapatos é verdadeira. Naquela época, as caixas ficavam empilhadas até o teto. Ele era vendedor e quando o cliente pedia determinado calçado, a caixa ia até as mãos de meu avô. As pessoas começaram a ir até a loja não para comprar sapatos e sim para vê-lo. As caixas voavam em torno dele. Carmine teve de deixar o emprego…
O pai, sendo pastor protestante, não teria visto com preconceito o que Carmine passava?
Não houve preconceito nenhum por parte da família. Ele sofreu muitas perseguições da sociedade da época. Teve de sair de Botucatu e foi morar em São Vicente, onde foi espancado. Achavam que ele era filho do demônio.
E a internação no Juqueri?
Pensavam que ele era louco. Os diretores começaram a fazer pesquisas. Colocavam imagens com duas faces perto de meu avô. Ele só conseguia ver uma. Antes que pedissem para falar de quem era o outro rosto, ele dizia. Saiu do hospital psiquiátrico com a conclusão dos diretores de que não era louco e sim de que tinha poder…
Chico Xavier, o médium mais conhecido do Brasil, tinha um mentor. E Carmine Mirabelli?
Também tinha. Era o próprio pai. Depois que meu bisavô morreu, a mediunidade se expandiu. Foi um salto extraordinário. O pai era o guia do filho. Pai e filho! Isto nunca aconteceu!
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