A Prefeitura de Jundiaí realizou reunião com representantes da Liga Jundiaiense das Escolas de Samba (Lijunes) na semana passada. Os sambistas ouviram que não há dinheiro público para o Carnaval de rua deste ano. Durante o encontro, a gestora de Cultura, Clarina Fasanaro, afirmou que o cenário financeiro, os trâmites necessários e os impedimentos legais de destinação de recursos públicos sem a devida contrapartida inviabilizaram a realização do desfile das escolas para este ano dentro do plano de trabalho apresentado em maio de 2024 pela Liga à Prefeitura que previa ações com início em setembro do mesmo ano. Segundo a atual gestão, a administração passada não deu prosseguimento às ações necessárias, mesmo após reiteradas cobranças por parte da Lijunes. O presidente da Lijunes, Everson Metal, afirmou que a entidade busca alternativas para levar a festa à população. Desde 2023, a Lijunes vinha realizando o Carnaval Fora de Época. Neste ano, os desfiles deveriam ocorrer no dia 26 de abril.
“O Carnaval deste ano está cancelado. Durante a semana passada tentamos uma conversa com o prefeito. Não conseguimos. Procuramos pessoas que poderiam nos auxiliar como vereadores, a Federação Nacional das Escolas de Samba e outras entidades que nos ajudam. Os representantes das escolas estiveram na abertura da Festa da Uva, na quinta-feira passada(23). O Gustavo Martinelli garantiu que terá uma conversa conosco nesta semana. Participarão o pessoal da Liga, das escolas e vereadores que estão nos apoiando”, explicou Everson. A Lijunes, de acordo com o presidente, criou duas novas propostas que serão apresentadas ao prefeito. “Uma é a realização do Carnaval mesmo com o valor bem menor, em comparação com a verba do ano passado. Se não for aceita, tentaremos levar os desfiles para os bairros”, concluiu.
Para 2026 – Durante a reunião com sambistas, Clarina disse que “aplicando os 30% de queda no orçamento destinado à Cultura em 2024 pelo Plano Plurianual (PPA) da última gestão, chegamos a cerca de R$ 400 mil destinados ao fomento da cultura carnavalesca no ano de 2025, aporte que corresponde a uma parcela significativa do orçamento anual para todas as ações culturais no ano. No entanto, conforme exigido pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) para repasses desta natureza, exige-se a realização de contrapartidas, que, no caso do Carnaval, são workshops, oficinas e atividades culturais junto às comunidades, culminando no desfile na avenida. Como não houve o prosseguimento em 2024 dos trâmites do Termo de Fomento, não há tempo hábil para o cumprimento de todas as etapas legais com desembolso do recurso público para a realização do desfile ainda este ano”, explicou a gestora de Cultura. “Por isso, sugerimos que a Liga em acordo com as escolas de samba proponham um novo plano de trabalho, no valor de R$ 400 mil, coerente com a nova realidade financeira e com um cronograma definido de contrapartidas para que se realize o desfile no próximo ano”, concluiu ela.
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