CAROL, 17 anos, contará aos filhos como a vida mudou com pandemia

CAROL

Daqui alguns anos, quando tiver filhos Maria Carolina Freitas da Costa, 17 anos, pretende conversar com calma e clareza o que a humanidade está vivendo. Ela incluirá a sobrinha, que nasceu em plena pandemia. Para a adolescente, será necessário falar como era a vida antes e depois do coronavírus.

A partir de hoje, o Jundiaí Agora apresenta uma série de entrevista com jovens que tiveram suas rotinas alteradas de forma brusca. Se antes se preocupavam com escola, dever e festinhas com amigos, agora os adolescentes vivem enclausurados já que, assim como as crianças, são os principais vetores de transmissão. A entrevista com Maria Carolina, a Carol, que está no 2º ano do ensino médio:

Como eram seus dias antes da pandemia?

Bom, eu ia para a escola pela manhã. No período da tarde ficava em casa, na maioria dos dias eu só descansava e fazia coisas da escola.

E como eram os finais de semana?

Eu sempre costumava ficar com a família, amigos. Em casa mesmo. Ou ia na casa da minha avó, com tios…

Você reclamava de ir à escola? Hoje sente falta?

Reclamava mais por conta da minha saúde física e mental. Hoje parece que os dias não passam e isso me faz sentir falta sim. Compreendo a situação. Mas as vezes me pego tendo pensamentos horríveis, medos. Sei que isso só acontece por causa da nossa vivência atual.

Como é, agora, a sua rotina?

Eu acordo, meio tarde geralmente, rs. Como alguma coisa, tento não sair da minha educação alimentar, apesar de as vezes falhar! Fico na sala com meu irmão, faço projetos para minha rede social, faço algum treino que posso pela minha condição física e a noite fico com minha mãe, fazendo qualquer coisa!

O que mais deixa você triste neste isolamento?

Acho que não poder ter o contato físico, abraçar meu outro irmão que não mora comigo, sair de casa e ter que ter um milhão de cuidados. Fora as vezes que vejo minha ansiedade tomando conta, e a forma como as pessoas de autoridade estão lidando com a doença. Isto também me afeta de certa forma.

Algum tipo de revolta?

Se eu dissesse que não estaria mentindo. As questões maiores como o comércio sendo destruídas. Minha mãe é comerciante. Tem também a fome, o desemprego que me deixam com este sentimento. Fora a situação do Enem, que os jovens deficientes não terão acessibilidade, isso com certeza me tira do sério, se é para o bem do futuro da nação, acho que todos deveriam ter essa oportunidade!

O que você está aprendendo com tudo isto?

Sinto que cada vez menos eu saio do eixo quando algo não está no meu controle, isso “graças” ao isolamento. Percebi que sou impotente em alguns sentidos e que as coisas não vão voltar ao normal pela minha simples vontade.

Muita gente acredita que o coronavírus veio para mudar a humanidade. Você acredita nisto?

Posso dizer que sim, sei que é um momento muito difícil para todos, mas tento levar algo de bom em qualquer situação. Acredito que se as pessoas não mudarem suas atitudes em relação ao outro e à Terra agora, nunca mais mudarão.

Como você pretende relatar este período para seus filhos?

Não só para meus filhos mas também para minha sobrinha que nasceu no meio disso! Acho que com calma e clareza, qualquer situação pode ser explicada para uma criança, assim farei, dizendo que passamos por este momento e que a vida mudou depois disso!

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