Carta para a FLAVINHA Fernandes

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17 de julho de 2020

Querida amiga Flávia Fernandes, a Flavinha ou Meryl Streep como eu te chamava, fiquei sem chão. Você partiu nesta quinta-feira, dia 16 de julho. Foi para junto do Pai, que com certeza precisava da sua alegria.

Há um ano, no dia 14 de julho, você me mandou mensagem para falar que estava doente. Era o câncer, doença que enfrentei, e você disse “queria uma palavra de motivação”. Pediu para contar a minha história… Depois que escrevi, contei todo o processo, você finalizou: “Você já me motivou muuuuuuito. Me mostrou que é possível viver mesmo com o câncer; e tratar; e vencer; e tratar; e vencer”.

Flávia você não sabe como naquele momento foi você que me motivou. Estava muito perdido por questões pessoais. Você, generosa, disse “que eu havia te tranquilizado”. Então lembrei do meu propósito por aqui, ou parte dele.

Receber as notícias de que você estava em processo de desligamento, primeiro pela minha irmã de vidas passadas, Renata Taffarello, e depois pelo Marquinho Sapia, foi uma, com perdão da palavra, cacetada.

Estava saindo do mercado, de máscara(não se preocupe), e o Marquinho mandou a bucha. Sorte que a proteção no rosto disfarçou o choro. Mas desabei ao chegar em casa. Não consegui nem falar direito para a Rê e com a Niza Souza, que faz parte da história do Jornal da Cidade(JC), onde trabalhamos nos anos 90.

Esta semana para mim, por todos entraves pessoais, está igual ou pior que aquela de julho de 2019. Fui reler as nossas conversas. E fez eu pensar novamente no motivo de ainda estar aqui: tenho mais coisas para fazer… Mas não sou guerreiro ou campeão. Talvez desconheça a totalidade da missão.

A última conversa nossa foi em 24 de abril. Você havia passado por mais cirurgia. Eu que o diga o quanto isso cansa. Nem lembro quantas eu fiz. E no áudio você finalizou com “Deus te abençoe”…

Agora você está ao lado Dele. Pede, por favor, para Ele abençoar a todos nós e principalmente olhar pela sua família, o seu marido Nilson e o seu anjo Gabriel. Filho querido que quando chegou na sua vida eu chorei, devido tamanha emoção que você dividiu com a gente.

Flavinha, dentre as recordações, tenho este registro nosso (eu, Renata Taffarello e você), na inauguração da Blockbuster, na avenida Nove de Julho(foto principal). Neste dia, a empresa trouxe a atriz americana Bo Derek e Deus sabe como disfarcei que falava inglês para realizar a entrevista.

Minha amiga, bom descanso. Sempre estará em minhas preces e dos meus amigos de oração. Saudades…