CASAMENTO, pérolas e fogos de artifício

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Estávamos muito felizes. O dia do casamento estava chegando. Eu queria tudo que tinha direito: música, festa, igreja. Claudia resistiu um pouquinho, mas cedeu e rapidamente aderiu. Aceitou todas as tradições. Seu vestido de noiva era um mistério para mim.

Eu era bastante conhecido. A Claudia muito mais. Ambos querendo envolver nossos mundos na emoção daquele momento. Papai nos ajudou na festa que teve 600 convidados.

Eu brincava dizendo que na saída da igreja teríamos fogos. Quando fomos conversar com Monsenhor Joaquim (um amigo já falecido) ele disse que faria questão em realizar a cerimônia de nosso casamento.

Só conversávamos sobre a cerimônia. Ela me orientou

-O beijo na noiva é só um toque nos lábios.

Eu concordava e voltava a falar sobre o segredo:

-Seu vestido terá pérolas!

Mas, Claudia não cedia e guardava segredo.

Foi proposto ensaiar o casamento. Protestei. O casamento era nosso e deveria ser do nosso jeito, natural.

Chegou o dia. Os padrinhos foram escolhidos com muito carinho. Na porta da igreja chamei um deles. Era o primo Zezo. Ele me acompanhou e assinei os termos do casamento civil. Agora estava à vontade. Aguardei Claudia no altar com alegria e leveza total. Veio a marcha nupcial. Ela finalmente entrou na igreja.

Fui encontrá-la. A partir daí éramos só nós dois. Esquecemos que a igreja estava lotada. No altar toquei seu vestido abaixando-me até o chão. Os convidados se emocionaram. E disse-lhe aos ouvidos:

-Não disse que estaria repleta de pérolas?

Dei um beijo demorado nela. Claudia me repreendeu. Porém, estava igualmente feliz.

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No final da cerimônia, me virei para o público, ergui o braço e mostrei a aliança. Um morador de rua gritou:

-Aplaudam!!!

E todos na igreja o seguiram. Ao sairmos, fogos de artifício!!! Minha cunhada Silvana, transformou meu desejo em realidade. Soube depois que o Monsenhor comentou que nunca havia realizado um casamento assim.(Foto: DeyvidPinedo _Fotografia/Pexels)

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA

Formado em Psicologia na Universidade São Francisco (USF) e Psicanálise pelo IPCAMP(Instituto de Psicanálise de Campinas). Atua no AMI (Ambulatório de Moléstias Infecciosas da Prefeitura de Jundiaí) e em consultório particular. É deficiente visual. WhattsApp: (11) 982190402.

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