A cena tinha todos os ingredientes de um jantar romântico: um jovem casal sentado à mesa do restaurante, à meia luz, com uma música suave ao fundo, ambos bem vestidos, cabelos arrumados. Mas em vez da troca de olhares e sorrisos típicos de um encontro amoroso, a dupla não tirou os olhos dos seus respectivos celulares. Sentada à mesa ao lado, não consegui deixar de observar essa situação e lamentar a falta, cada vez maior, de comunicação entre os seres humanos. Estamos muito mais conectados com o mundo, entretanto, nos fechamos cada vez mais em nossos próprios mundos, acorrentados virtualmente cada um ao seu celular. Deixamos de interagir com nosso próximo, para seguir gente que nem conhecemos pelo Instagram. Loucura…
O casal terminou o jantar colado nos seus aparelhos, pagou a conta, mal conversou com o garçom e foi caminhando para a saída hipnotizado pela luz do display. Um horror. Mas também já vi isso se repetir nos almoços de família, no lanche das crianças. Pais, filhos, esposas, maridos, ninguém mais conversa entre si, brinca, dá risada, lembra das bobagens da infância e adolescência. Agora quem manda na conversa é sua excelência, o celular. Os temas de destaque de qualquer reunião são as postagens daquele super blogueiro, que adora dizer como as pessoas devem ser.
Para grande parcela da população mundial, especialmente a mais jovem, o celular tornou-se tão ou mais importante do que oxigênio. Ficar um dia sem conexão pode ser pior do que a morte. A situação é extrema, tanto que os sintomas decorrentes da ausência do celular já ganhou nome na psicologia: “nomofobia”.
OUTROS ARTIGOS DE VÂNIA ROSÃO
Mas se a ausência do celular pode causar problemas, o excesso de estímulo da telinha também. Problemas de visão, dores nas costas, coluna torta, e por aí vai. Sem dúvida, o celular surgiu para facilitar a comunicação entre as pessoas. Mas os aparelhos, atualmente, possuem tantas utilidades, que se transformou num novo membro do nosso corpo, do qual já não conseguirmos nos dissociar. Só o futuro poderá mostrar onde vamos parar com tanta dependência desse aparelhinho, que cabe na palma das mãos, mas faz um estrago enorme na nossa vida. Quem viver, verá.(Foto: Jep Gambardella/Pexels)

VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES