Assim como acontece com todos nós as cidades também envelhecem. É preciso muito cuidado para preservar o passado sem comprometer o futuro. O centro de Jundiaí, à medida que a nossa cidade se expande em todas as direções deixou de ser um local de convergência e, progressivamente, foi perdendo os residentes que migram para os bairros e vê o comércio diminuir seguindo a mesma tendência.
Soube que há um grupo de preocupados jundiaienses, por nascimento ou adoção, interessados em dar nova vida à nossa região central. O comércio que ocupou o centro afastando moradores é uma realidade em muitas cidades da mesma idade que a nossa. A chamada revitalização não vai ocorrer naturalmente. Será necessário um esforço conjunto para que áreas urbanas mais centrais possam estabelecer uma convivência ordenada entre moradores, comércio e serviços distribuídos harmonicamente. Um plano diretor com estes objetivos é um bom começo.
Sempre defendi a idéia de que os estímulos funcionam muito melhor, sobretudo no médio e longo prazo, do que as punições, entretanto esta nem sempre é a regra. Se quisermos que a cidade cresça em determinados locais penalizamos quem decidir construir em outros lugares através de inúmeros mecanismos que dificultem aquilo que não se quer que se faça. Não pensamos em facilitar que se construa nas áreas desejadas o que seria muito mais consistente.
Os meios para isso são relativamente simples embora, em princípio, provoquem arrepios nos mandantes de qualquer poder executivo. Se quisermos que as pessoas voltem a ocupar o centro, quer seja para morar ou para trabalhar, não há melhor incentivo do que a redução de impostos nas áreas específicas, assim como subsidiar estacionamentos, melhorar a segurança e a limpeza. Se os custos de residir, operar um comércio ou um serviço, for mais barato no centro do que em outros lugares nada será mais atrativo.
Jundiaí, como toda cidade com mais de 300 anos, tem ruas estreitas e ocupação desordenada na sua região central, pois este era o padrão da época. Apenas para comparar as garagens da maioria dos prédios da metade para o fim do sáculo passado foram construídas para carros pequenos, dominantes na época. Em poucas décadas não atendem mais de forma eficiente. A fiação destes prédios não suporta as exigências dos aparelhos que temos hoje, mas eram raros na época da sua construção. Imaginem as ruas pensadas para cavalos e carroças.
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As mudanças são inevitáveis, mas nossa capacidade de adaptação deve ser maior, assim sempre será possível encontrar alternativas para evitar uma degradação injustificável determinada pelo descaso, principalmente pelo poder público que deve ver a redução de tributos como investimento. Mais comércio e moradores mais empregos e mais arrecadação. O centro pode ser um grande shopping a céu aberto. Com os incentivos possíveis e o envolvimento das representações da nossa sociedade a revitalização do centro será uma tarefa absolutamente exequível.(Foto: TVTEC)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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