De todas as doenças crônicas as que mais me assustam são o diabetes e a renal, pois envolvem muitas picadas, muita paciência e uma queda vertiginosa na qualidade e vida.
Como se tudo isso não bastasse, normalmente estão associadas.
Estava lendo uma revista especializada e vi, com imensa satisfação, que novamente a medicina entrega à população a oportunidade de melhorar a vida de 12,5 milhões de brasileiros, de acordo com o Atlas do IDF de 2017 (http://twixar.me/Tbw1): a Anvisa aprovou a comercialização da insulina inalável no Brasil.
Essa é uma excelente notícia para quem precisa controlar a glicemia diariamente por meio de agulhadas, pois agora, poderá aspirar o medicamento e aguardar apenas 10 minutos para que comece a agir.
Aparentemente o diabetes foi descrito pela primeira vez em 1500 A.C. no Egito, mas até 1915 era tratada de formas tão estranhas e bizarras como sangrias, consumo excessivo de açúcares e até mesmo de ópio.
A partir da metade do século XIX, analisando cadáveres de diabéticos, foi possível observar que eles possuíam danos no pâncreas, mas só em 1901 é que foi comprovada a conexão entre diabetes e falhas nesse órgão.
Utilizando o conhecimento médico da época no tratamento de problemas de tireoide, ou seja, extratos dessa glândula, assim foram os primeiros procedimentos com relação ao diabetes, mas diferentemente da primeira glândula, extratos de pâncreas causavam efeitos colaterais intoleráveis.
Entre 1910 e 1920 ocorreu grandes avanços na análise de glicose sanguínea, o que impulsionou as pesquisas relacionadas ao diabetes. Em 1922 um adolescente de 13 anos, pesando 30 quilos e diabético recebeu a primeira dose de insulina da história. Ele sobreviveu até os 27 anos e os descobridores, Frederick Banting e JJR Macleod, receberam um prêmio Nobel de medicina.
Com o sucesso do tratamento, a demanda aumentou e a insulina extraída de pâncreas bovino e suíno tinha que ser aplicada em grandes volumes o que provocava abcessos e alergias. As técnicas de extração foram aperfeiçoadas, mas um problema a vencer ainda era o tempo de ação da insulina, de apenas 4 horas, requisitando inúmeras aplicações diárias.
Problema parcialmente resolvido por outro prêmio Nobel: Frederick Sanger (química). Em 1978 ele sintetizou a primeira insulina recombinante específica para uso humano.
Toda essa evolução e prêmios Nobel não evitaram o uso das agulhas, um sonho muito distante para os 12,5 milhões de diabéticos no Brasil ou quase 450 milhões no mundo.
Até agora.
A insulina inalável vem para proporcionar uma nova vida aos usuários.
A Sociedade Brasileira de Diabetes explica que a insulina inalável tem um perfil de ação único e muito mais rápido do que a insulina administrada de forma subcutânea. Mesmo a mais rápida das insulinas começará a agir, até ser absorvida pela pele, dentro de meia hora ou quarenta minutos, e seu efeito terá duração de 4 ou 5 horas. A insulina inalável é absorvida rapidamente pela corrente sanguínea e começa a agir em 10 minutos, com pico de ação em 15 minutos, e um efeito que dura de 2 a 3 horas.
Então as picadas acabaram? Não, mas diminuíram. Um ganho fabuloso para os usuários do método convencional de controle da glicemia.
Há, porém, algumas contraindicações: pacientes com problemas pulmonares como asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e fibrose pulmonar, além de fumantes, não podem utilizar a insulina, pois a absorção pelo pulmão nesses pacientes pode não ser a adequada e a utilização da insulina pode deflagrar crises de asma. O uso também não é recomendado a menores de 18 anos, já que o produto não foi estudado em pacientes desta faixa etária.
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E tudo isso, devemos aos pesquisadores que se dedicam a descobrir maneiras de melhorar a vida do ser humano, o que acaba por beneficiar também a saúde de nossos pets, que nos acompanham na saúde e na doença, pois, na verdade, não importa quantos anos de vida ainda temos, mas quantos anos temos de saúde para aproveitar os anos de vida.(Foto: picdeer.com)
ELAINE FRANCESCONI
Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.
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