Cidade Vicentina: Advertência, nova diretoria e troca de atividade

cidade vicentina

A Vigilância Sanitária de Jundiaí deu advertência à direção da Cidade Vicentina por irregularidades encontradas por agentes. Os detalhes da advertência foram publicados na Imprensa Oficial do último dia 4: “fazer funcionar estabelecimento de Casa de repouso mantendo a guarda de medicamentos inadequada, incluindo medicamentos controlados em local de fácil acesso em dispositivo que não oferece segurança; quantitativo de recursos humanos inferior ao mínimo estabelecido na qualidade de cuidador; ausência de campainhas e luz de vigília nos quartos, transgredir outras normas destinadas a promoção, prevenção e promoção à saúde, principalmente no que tange as boas práticas em serviços de saúde, como almotolias sem identificação, ausência de comprovação de processo de limpeza e esterilização de produtos para a saúde”. O Jundiaí Agora conversou com o presidente-interventor, José Antônio Siscari, que desde 2019 é responsável pela instituição. Uma a uma, Siscari falou sobre todas as irregularidades apontadas pela Vigilância Sanitária. Adiantou que uma nova diretoria deverá assumir em 1º de janeiro do próximo ano. Segundo ele, a Cidade Vicentina poderá voltar a ser uma Instituição de Longa Permanência para Idosos ou até ser transformada em clínica geriátrica. Hoje, a Cidade Vicentina é uma OSC(Organização de Sociedade Civil). A entrevista:

O que o senhor tem a falar sobre a acusação de manter medicamentos de forma inadequada, inclusive remédios controlados?

Os medicamentos são guardados em uma sala exclusiva para esse fim, com acesso restrito apenas para a equipe técnica, portanto pessoas estranhas e os internos não tem acesso ao local. Porém, faltam aplicações de normas e procedimentos quanto a manipulação dos medicamentos como embalagem individualizada com os dados do medicamento bem como lote e data de validade. O ‘não oferecer segurança’ não se refere ao acesso e sim ao modelo de manipulação. Para se cumprir as exigências a OSC está reformando uma sala, instalando ar-condicionado, computadores, impressora para etiquetas e mobília necessária, além do treinamento da equipe para o manuseio correto dos medicamentos. O custo do investimento será de 25 mil.

E sobre ao número inferior de cuidadores, ausência de campainhas e luz de vigília nos quartos?

Os recursos da Cidade Vicentina permitem o funcionamento com o quadro mínimo de funcionários, situação que fica comprometida quando há falta ou afastamento. Em dias sem tais problemas o quadro está dentro do mínimo exigido. A ausência de campainhas não procede, embora o sistema funcione de forma improvisada, pois quando o prédio foi construído o item não fazia parte do projeto. Os quartos serão submetidos a uma reforma com instalação de um sistema de campainha fixo e lâmpadas de vigília que hoje não tem. O custo do investimento é de R$ 70 mil.

ENTENDA A INTERVENÇÃO NA CIDADE VICENTINA CLICANDO AQUI

A Vigilância também afirma que foram transgredidas outras normas como destinação, promoção, prevenção e promoção à saúde, principalmente no que tange as boas práticas em serviços de saúde, como almotolias(pequenos recipientes) sem identificação, ausência de comprovação de processo de limpeza e esterilização de produtos

A Cidade Vicentina era uma ILPI (instituição de Longa Permanência para Idosos). Para atender área de saúde buscando suprir as necessidades do município foi firmado contrato com a secretaria da saúde de maneira muito informal pelas partes. Tais exigências deveriam ter sido feitas durante a contratação dos serviços, o que não teria acontecido pois a Cidade Vicentina não estava preparada para atender essa exigência. Para cumprir a demanda, a Cidade Vicentina passou a ser uma clínica geriátrica fato que muda substancialmente a forma de trabalho e de composição do quadro de funcionários. Os gastos de um interno na modalidade clínica geriátrica duplica o custo operacional da área de enfermagem em relação a ILPI. Visando atender as exigências da Vigilância Sanitária em relação a clínica geriátrica, a Cidade Vicentina está readequando sua estrutura física, precisa readequar sua equipe técnica na área de enfermagem para depois analisar a viabilidade de manutenção de contrato com a área da saúde. A secretaria da saúde já se dispôs a abrir um novo chamamento público para este serviço com valores que cobram as exigências da Vigilância. Não foram encontradas irregularidades em relação a limpeza da área e sim apenas falta a identificação da rotina de limpeza no ambiente. A Cidade Vicentina não realiza procedimentos cirúrgicos, portanto o forno de esterilização se encontra no local e sem funcionamento.

Qual a explicação para estas infrações?

A explicação é a sobrecarga da equipe com exigências baseadas em clínica geriátrica enquanto a Cidade Vicentina mantém a equipe baseada em normas de ILPI.

A Cidade Vicentina passa por dificuldades financeiras?

A Organização de Sociedade Civil não fechou com déficit nos anos de 2020 e 2021,. Contudo, os recursos são quase que na totalidade aplicados na manutenção do projeto, restando pouco para investimento em reformas e infraestrutura.

Está precisando de ajuda?

Sim, precisamos reformar os apartamentos e realizar melhorias em várias áreas em especial nas casas dos internos. A Cidade Vicentina tem capacidade de atendimentos de 100 internos, quadro que não pode ser completado por falta de recursos. Toda ajuda é sempre bem-vinda, principalmente investimentos na área de manutenção, adequação de espaços e reformas.

Quais as principais ações da atual gestão?

No Centro Dia: construção de sala de atendimento individualizado, sala de banho, vestiário para funcionários e ampliação da sala de convívio. Também ocorreu a reforma da cozinha e refeitório com troca de pisos e revestimento, banheiros; troca do telhado da clínica por telhas termo acústicas com a consequente redução do calor na área de atendimento coletivo (1.770 metros quadrados de área). Instalamos 64 câmeras de monitoramento, reformamos a rede de informática com aquisição de 15 novos computadores e impressoras que antes eram alugados. Trocamos parte da iluminação por lâmpadas de LED. O consumo atual de energia é de R$ 13 mil por mês. Para reduzir este custo pretendemos instalar uma usina fotovoltaica. Vamos reformar o salão de ventos possibilitando alugá-lo com consequente aumento das receitas; trocar 2 mil metros quadrados de telhas Brasilit por telhas termoacústicas já que, no verão, os quartos dos idosos ficam exageradamente quentes. Também pretendemos instalar uma usina fotovoltaica para reduzir despesas com a conta de energia.

A Cidade Vicentina está sob intervenção desde 2019. Corre o risco de fechar as portas?

A instituição existe há 80 anos e trabalha em consonância com as políticas públicas na área social, querendo ajudar na área da saúde já que os internos envelhecem e adoecem. Também buscamos maneira sustentável para manter convênio público com o município. Sem as parcerias, a Cidade Vicentina não tem como manter os projetos. Conta para isso com a ajuda continuada dos moradores e das empresas da cidade de Jundiaí. Já a troca da diretoria transitória está prevista para 1 de janeiro de 2023. A Cidade Vicentina não vai fechar e nem corre tal risco. Todas a pendências estão sendo devidamente tratadas dentro dos prazos e de acordo com os recursos disponíveis. A única coisa ainda a ser definida é se a OSC volta a ser uma ILPI ou se passa a funcionar como clínica geriátrica…

VEJA TAMBÉM

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES