O que significa Lemak? Quando a banda foi formada?
Diogo – Essa é uma pergunta que sempre aparece (risos). Lemak significa ‘gordo’ em malaio. A banda fará nove anos em outubro.
São todos do Rio de Janeiro?
Bemol – Sim, somos todos da capital do Rio. A banda foi criada na Tijuca, bairro da zona norte carioca, terra de Jorge Ben, Tim Maia, Roberto e Erasmo.  Eu e Diogo somos tijucanos. O Jimmy, o Digão e o Rufus são de bairros próximos.

Vocês vieram para Jundiaí por motivos profissionais e logísticos. Lá, iam à praia todo dia? Surfavam? Como foi deixar a cidade maravilhosa, afinal?
Diogo – (Risos) Íamos na praia às vezes. De certa forma, sempre que dava, mas ainda assim bem menos do que a galera de fora do Rio acha. O Jimmy (guitarra) surfava há uns anos atrás. Deixar a cidade não foi triste só pela questão da praia ou da paisagem carioca: o que realmente nos deixou com um pé atrás no começo foi sair do conforto dos amigos e família pra um lugar novo.
Por que escolheram Jundiaí? Já tinham estado aqui?
Bemol – Fomos algumas vezes a Jundiaí. Um amigo nosso, o Seven, guitarrista da Premiere, mora na cidade e nos oferecia abrigo quando estávamos em Sampa resolvendo compromissos. Acabamos gostando muito da cidade, que tem um clima intimista e acolhedor, além da sensação de segurança que é muito diferente pra quem estava acostumado a viver em capitais superlotadas.
Há quanto tempo estão morando em Jundiaí? 
Bemol – Estamos prestes a fazer um mês.
Trouxeram esposas e filhos? 
Diogo – Não, viemos só os cinco. Estamos morando juntos aqui e as namoradas ficaram no Rio. Isso pros que têm, por que têm solteiros na banda também (risos).
São como os Novos Baianos que ao deixarem o Nordeste se mudaram para uma única casa? Moram todos juntos? 
Diogo – Sim! (Risos). Estamos os cinco morando na mesma casa, mas a convivência tem sido bem pacífica.
O que mais estranharam?
Bemol – O clima é bem diferente. Na primeira semana quatro de nós ficamos gripados.
Jundiaí é uma cidade grande e pequena ao mesmo tempo. Vocês já perceberam que há um tradicionalismo enorme e resistência com os que vêm de fora?
Diogo – Percebemos que a cidade é grande e pequena ao mesmo tempo, mas não sofremos essa resistências.
Aliás, foram bem recebidos? Já chamaram a polícia durante ensaios de vocês?
Diogo – Muito bem recebidos! Não chamaram a polícia por conta dos ensaios, mas em um churrasco que fizemos nossa fumaça invadiu o quarto da vizinha. Ela foi super-fofa e avisou com uma calma que não estamos acostumados. Mudamos a churrasqueira de lugar  (risos).
O que mais gostaram de Jundiaí?
Bemol – A tranquilidade da cidade e a comida (risos). Tem até coxinha de queijo!
O que odiaram?
Diogo – Ainda não achamos um lugar pra comer de madrugada. Tem alguma dica? (Risos).
Jundiaí ajuda de alguma forma na produção de vocês? Afinal, aqui não tem muito o que fazer e podem, em tese, se concentrar mais no trabalho…
Bemol – A calma da cidade, em si, ajuda muito por que nos tira outras preocupações. O fato de estarmos morando juntos contribui demais também. Mas, sendo sincero, o que mais ajuda é saber que saímos da nossa cidade natal com o intuito de trabalhar a banda e isso nos mantêm focados.
O que fazem para se divertir? Vão para São Paulo(risos)?
Fomos algumas vezes pra São Paulo, sim (risos), mas quase todas a trabalho. Estamos conhecendo os lazeres em Jundiaí. Até agora fomos há muitos restaurantes e bares  (inclusive um de temática carioca) e no festival do Bacon e cerveja. Parecia que a cidade organizou o festival pra nós receber (risos)!
O que os amigos do Rio disseram quando vocês avisaram que estavam vindo para Jundiaí? Aliás, tinham ouvido falar na Terra da Uva?
Bemol – Eles nos apoiaram, o que significa que temos bons amigos (risos). A maioria já tinha ouvido falar da cidade sim, mas acho que ninguém a conhecia como Terra da Uva.
Vocês têm contato com bandas e artistas da cidade?
Diogo – Começamos esses contatos agora. Conhecemos um dos integrantes da Astronova e nos indicaram outras bandas da cidade. Estamos entrando em contato com bandas de toda parte atualmente. Faz parte do trabalho.

O que acham do nosso cenário cultural?
Bemol – Nos falaram muito bem e até fomos em uma casa de show em um domingo, mas confesso que ainda não tivemos todo esse contato  a ponto de ter uma opinião.
Já estiveram na Serra do Japi? Se sim, o que acharam?
Diogo – Pretendemos conhecer, mas ainda não sabemos quando.
Vão sempre ao Rio de Janeiro?
Bemol – Sempre não, mas quando há uma brecha na agenda damos um pulo pra visitar todo mundo por lá. O nosso foco é por aqui e ir pra lá o tempo todo iria conflitar.
A estada de vocês em Jundiaí tem prazo de validade?
Bemol – A princípio pensamos em um ano, mas é uma questão de resultados. Depende muito do que acontecer aqui em São Paulo. Um ano é o nosso tempo mínimo, de certa forma.