Ser político neste país é, realmente, algo maravilhoso! Para quem é político, claro! E existem coisas que só eles entendem. Até porque, vamos aqui, comentar apenas um exemplo que está na mídia e que deve ter solução nos próximos dias. Solução? Sim, não! Não se sabe ao certo. Sim, é possível que seja solucionado! Não, não tem solução: condena, mas absolve. Este deve ser o veredito final da história. Uma história que envolve os principais nomes da política deste país desta década: Dilma Rousseff e Michel Temer!
Entrando nos fatos: eleitos, respectivamente para presidente e vice da República em 2014, a chapa que envolve seus nomes corre o risco de ser cassada nos próximos dias pelo Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. O relator do processo, Herman Benjamin, já sinalizou que seu voto será pela cassação da chapa. À primeira vista, isso parecer o primeiro passo para uma punição que se completaria com a perda de mandatos e dos direitos políticos por oito anos, conforme reza a Constituição promulgada em 1989.
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Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, o relator (e olha que os três nomes citados acima dão a impressão de que não são brasileiros: Dilma, Michel, Herman não são de origem brasileira, e falo disso aqui apenas para mostrar esta curiosidade) dá mais um sinal: os dois não serão punidos! A frase criada no início do mensalão pelo então presidente Lula (“Não sei de nada!” parece que fez escola, envolvendo seus sucessores no poder maior desta Nação: nem Dilma, nem Temer sabiam que existia caixa 2 – este mesmo que os políticos que comandam o Congresso Brasileiro querem criar lei, tornando-o “legal” – e, por isso, segundo Herman Benjamin, não é caso de perda de direitos políticos.
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Fundamental, portanto, neste País, é o político não saber de nada! Afinal, isso tira de seus ombros toda responsabilidade sobre crimes cometidos por alguém que não são eles, mas que foram escolhidos por eles para agir em busca de recursos. Este “alguém” foi orientado a fazer o que queria na busca de recursos? A Odebrecht diz que o dinheiro que deu para a chapa era para o “Caixa 2”, aquele que sai de um bolso, vai para outro e ninguém fica sabendo da mudança… Mas o relator afirma que os nomes que encabeçam a chapa não tinham obrigação de saber disso. Num relatório que tem mais de mil páginas e que começa s ser lido e julgado na próxima terça-feira, a dupla que encabeça a chapa e que não tem nome de brasileiros, vai ser absolvida porque não sabia de nada. Parece que a frase é a lição maior para a classe política que, a cada dia, perde mais a credibilidade!(foto acima: www.tesejuridica.com.br)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com