Os produtores de Jundiaí já começaram colheita da Uva Niagara Rosada Jundiahy, a primeira depois que a fruta plantada na cidade recebeu a Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na categoria Indicação de Procedência. As produções na cidade são acompanhadas pela Unidade de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), da Prefeitura de Jundiaí, através de diversos programas de fomento ao agricultor. Jundiaí produz, em média, na safra de Verão, 25 mil toneladas de uva, e na de Inverno outras 8 mil toneladas, segundo matéria publicada no site da Prefeitura em 2020.
O reconhecimento vem com a escrita com as letras “h” e “y”. A grafia se justifica pois, no passado, entre o final do século 19 e início do século 20, a uva era cultivada numa imensa área de terra que se chamava Jundiahy. Depois os municípios foram desmembrados – Jundiaí, Louveira, Itupeva, Jarinu e Itatiba.
“É o reconhecimento da notoriedade da Uva Niagara Rosada Jundiahy. Com isso, nossa uva agrega valor e o turismo rural será ainda mais fortalecido. Agora, a Terra da Uva, que responde por uma produção importante da uva no Estado de São Paulo, tem uma certificação de Indicação de Procedência. Por isso temos criado programas de fomento ao Agronegócio e de proteção ao produtor rural, como o Cultivo Protegido e o Proaj, por exemplo, que ajudam o agricultor a se fixar na terra”, comemora o prefeito Luiz Fernando Machado.
A Indicação Geográfica de Jundiahy é a 102ª brasileira registrada no INPI. Eduardo Alvarez, gestor da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT) da Prefeitura de Jundiaí, afirma que a certificação reforça a qualidade da uva e terá destaque nos entrepostos comerciais de produtos agrícolas: “A Uva Niagara Rosada de Jundiahy já tinha um diferencial no mercado. Agora, temos um certificado nacional e melhorará a procura por nosso produto”. O selo com a Indicação Geográfica deve começar a ser usado no ano que vem.
De acordo com a Associação Agrícola de Jundiaí, responsável por gerir o processo de IG junto à Prefeitura de Jundiaí, os cinco municípios contemplados reúnem entre 700 e 800 produtores de uva. Além de qualificar a fruta, o reconhecimento pode atrair mais turistas à região.
“As primeiras conversas começaram em 2009. Foi uma construção muito positiva, tanto com os produtores quanto com as instituições para definir a área geográfica e os parâmetros necessários para que chegássemos a esse momento. A uva merece esse reconhecimento, afinal, essa uva é nossa”, disse a diretora de Agronegócio de Jundiaí, Isabel Harder.
Safra da Uva 2023/2024 – A colheita da uva, neste ano, acabou sendo antecipada em cerca de 20 dias, por causa, principalmente, do excesso de chuvas e de dias muito quentes: “Os cachos estão um pouco menores e alguns produtores sofreram com casos de podridão, mas as uvas estão com boa qualidade. Apesar de algumas dificuldades com a safra, teremos bons frutos para os consumidores”, disse o engenheiro agrônomo da Prefeitura, Felipe Magro.
Produtor de uva no bairro da Roseira desde 1952, o seu Natale Donati Neto(foto), conhecido como Tico, tem cerca de 4.000 mil pés das variações Niagara Rosada e Niagara Branca somadas. A colheita começou há poucos dias no sítio. “A uva me deu tudo o que tenho e tudo o que a nossa família tem. Então cultivar a uva em Jundiaí é um sentimento de gratidão”. A produção é coberta com telas antigranizo e com proteção para pássaros, que são subsidiadas através do Programa Municipal de Cultivo Protegido.
Aos 82 anos, a rotina nos dias de colheita é a mesma: “Nesses dias mais quentes, meu genro e eu vamos para o campo por volta das cinco e meia da manhã e começamos o trabalho de colheita da uva, que logo depois vão para as caixas de madeira e que levamos com muito amor às pessoas”, reiterou.
As uvas colhidas em Jundiaí são vendidas em supermercados, na Festa da Uva, que será realizada no começo de 2024, e também em barracas do projeto Produtor na Praça. Os preços das caixas no mercado, neste ano, variam entre R$ 25 e R$ 60, de acordo com o peso. Na barraca da família Donati, no Caxambu, as vendas crescem bastante em dezembro: “Chegamos a vender cerca de mil caixas no final de ano. As pessoas procuram bastante pela uva na Terra da Uva, que tradicionalmente tem muita qualidade”, disse Vergínia Azevedo, proprietária da barraca.
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