Comércio: Rotatividade de funcionários é de 40,6% em 7 meses

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A elevada rotatividade de mão de obra constitui um dos principais desafios enfrentados pelo mercado de trabalho formal brasileiro. A movimentação de admissões e desligamentos em relação ao total de trabalhadores ativos, acarreta custos significativos para as empresas, sobretudo aquelas de pequeno porte, predominantes no setor varejista. Através dos cálculos do Sindicato do Comércio Varejista de Jundiaí e Região (Sincomercio), observa-se que em Jundiaí a rotatividade no comércio varejista atingiu 40,6% no acumulado dos primeiros sete meses de 2025, o maior índice desde a implantação do Novo Caged em 2020, sendo inclusive bem superior que o visto no mesmo período daquele ano.

Taxas de rotatividade da empregados celetista no comércio de Jundiaí(janeiro a julho de 2020 a 2025)

De acordo com o assessor econômico do Sincomercio, Jaime Vasconcelos, o percentual obtido neste ano demonstra que cerca de 40% dos 23.750 mil postos de trabalho com carteira de trabalho ativos ao fim de 2024 do varejo jundiaiense foram ocupados por pessoas diferentes ao fim do último mês de julho, considerando as admissões ou desligamentos. “E quando abrimos tal indicador entre os 73 subgrupos de atividades, vemos que há ramos com rotatividade bem mais elevada que esta média (40,6%). Dentre os 10 segmentos com a maior taxa em 2025, destacamos importantes empregadores locais, como os estabelecimentos de calçados (taxa de rotatividade de 80,9%) e lojas de departamentos e magazines (57,4%)”, pontua Vasconcelos. 

Mesmo não estando neste “Top 10”, é importante citar a rotatividade dos ramos com o maior estoque ativo de vínculos no varejo local: Os supermercados (taxa de rotatividade de 41,4%) e o varejo de vestuário e acessórios (taxa de rotatividade de 39,9%).

Subsetores do varejo local com a maiores taxas de rotatividade de empregados(janeiro a julho de 2025)

O aumento da taxa de rotatividade decorre de fatores estruturais e comportamentais relacionados ao setor e aos seus colaboradores. Observa-se que, em períodos de aquecimento do mercado de trabalho, como no contexto pós-pandemia, ocorre uma elevação natural da rotatividade. A maior oferta de vagas estimula profissionais a buscarem oportunidades mais adequadas às suas demandas financeiras, objetivos de carreira e disponibilidade de horários.

Especificamente no comércio ela é mais percebida já que o setor é frequentemente caracterizado como uma etapa transitória nas trajetórias profissionais, resultando em intensa movimentação de trabalhadores, especialmente entre os mais jovens. Essa dinâmica implica custos recorrentes para as empresas, relacionadas à seleção, admissão, treinamento e desligamento de colaboradores.

A sazonalidade do varejo, evidenciada por variações no volume de vendas em datas comemorativas e alterações nos orçamentos familiares, demanda contratações temporárias, o que também impacta diretamente os índices de rotatividade. Neste contexto, Edison Maltoni, presidente do Sincomercio Jundiaí e Região, avalia que as empresas têm enfrentado ainda mais desafios de reter talentos, especialmente aqueles com maior produtividade, assumindo os custos associados à alta rotação de mão de obra. “O investimento em processos seletivos eficientes, treinamentos de qualidade, ambiente de trabalho saudável (física e mentalmente), bem como políticas de remuneração justas e competitivas constituem estratégias essenciais para mitigar este problema, ainda que não o sane por completo”, afirma Maltoni. 

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