Da CONEXÃO com o outro e consigo mesmo…

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O saber e o sentir são dois aspectos fundamentais da experiência humana que, quando integrados, têm o potencial de conduzir à percepção de um domínio espiritual mais elevado. No século XXI, marcado por um avanço tecnológico sem precedentes e uma busca constante por conhecimento, é fácil esquecer a importância do sentir — das emoções, da empatia e da conexão com o outro e consigo mesmo.

No entanto, o verdadeiro desenvolvimento humano não pode ocorrer sem que os domínios cognitivos e afetivos sejam harmonizados, pois é essa harmonia que nos permite acessar o nível espiritual e, assim, alcançar uma completude como seres humanos. Nesta crônica, refletiremos sobre a importância de valorizar o saber e o sentir e como a conexão desses elementos nos leva a uma compreensão mais profunda da vida e do espírito.

O saber, ou o domínio cognitivo, sempre foi um dos pilares do progresso humano. Desde o início da civilização, a busca pelo conhecimento tem movido a humanidade em direção a grandes descobertas e avanços científicos.

O desenvolvimento cognitivo é responsável por nosso entendimento do mundo natural, pelas inovações tecnológicas que facilitam nossas vidas e pela capacidade de solucionar problemas complexos.

A educação, em suas várias formas, é o principal veículo pelo qual o saber é transmitido e expandido, possibilitando que as gerações futuras construam sobre os alicerces dos conhecimentos adquiridos no passado.

Entretanto, o saber por si só, quando desassociado do sentir, pode se tornar frio, mecânico e até desumanizador. O conhecimento sem uma base afetiva corre o risco de ser utilizado de forma destrutiva ou egoísta, sem consideração pelas implicações éticas e emocionais de suas aplicações.

Por isso, a valorização do domínio cognitivo precisa estar acompanhada de uma compreensão profunda do que significa ser humano em sua totalidade. A razão e a lógica são fundamentais, mas devem ser equilibradas com o sentir, pois só assim o saber pode ser usado para o bem comum, em harmonia com os valores e necessidades humanas.

Se o saber representa o desenvolvimento cognitivo, o sentir se refere ao domínio afetivo, que engloba nossas emoções, sentimentos e empatia. Sentir é estar em contato com nossas emoções, entender o que elas significam e como influenciam nossa percepção do mundo.

O sentir nos conecta não só a nós mesmos, mas também aos outros, criando laços de empatia, compaixão e solidariedade. Quando estamos abertos ao sentir, nos tornamos mais atentos às necessidades alheias, mais sensíveis às dores e alegrias que fazem parte da vida em sociedade.

O século XXI, com todo o seu avanço tecnológico, também tem trazido desafios nesse campo. A conectividade virtual, embora tenha aproximado pessoas de forma prática, muitas vezes afasta emocionalmente, criando uma sensação de superficialidade nas relações.

A valorização do sentir, nesse contexto, se torna ainda mais urgente. Precisamos redescobrir a importância da empatia e da comunicação afetiva, não apenas como um meio de fortalecer os laços sociais, mas também como uma ferramenta de crescimento pessoal.

O desenvolvimento afetivo nos ajuda a reconhecer nossa vulnerabilidade, aceitar nossas imperfeições e encontrar um caminho para a autocompaixão e para a compreensão mútua.

Ao integrar o sentir ao saber, o ser humano torna-se mais consciente de sua totalidade. As emoções não devem ser vistas como antíteses do pensamento racional, mas sim como complementos essenciais.

Elas nos oferecem insights que o raciocínio lógico muitas vezes não pode alcançar, proporcionando uma percepção mais profunda das situações e nos ajudando a tomar decisões que consideram não apenas o que é correto de forma lógica, mas também o que é bom e justo do ponto de vista humano.

Quando o saber e o sentir se encontram em harmonia, o ser humano se abre para a possibilidade de explorar o domínio espiritual. O espiritual não deve ser confundido apenas com a religiosidade tradicional, mas sim entendido como a dimensão mais elevada da experiência humana, onde questões sobre o propósito, o sentido da vida e a conexão com algo maior são exploradas.

O espiritual transcende as preocupações cotidianas e materiais, convidando-nos a refletir sobre nossa existência de maneira mais ampla e profunda. No século XXI, o conceito de espiritualidade está se transformando. Não se trata apenas de aderir a uma fé religiosa, mas de desenvolver um senso de transcendência, de ter conexão com o universo, com a natureza e com os outros seres humanos de forma profunda e significativa.

Essa espiritualidade pode se manifestar em diversas formas, desde práticas meditativas, contemplativas, até na busca por um propósito de vida que transcenda o individualismo e o materialismo que tantas vezes dominam as sociedades contemporâneas.

A verdadeira espiritualidade nasce da integração entre o saber e o sentir. Ao compreender o mundo por meio do conhecimento e ao se conectar emocionalmente com ele, o ser humano começa a perceber que há uma dimensão além do tangível, uma realidade que vai além do que os sentidos podem captar e o intelecto pode explicar.

 O domínio espiritual é, assim, a síntese do saber e do sentir, a união que completa o ser humano e lhe permite alcançar um estado de plenitude e equilíbrio. O ser humano deste século, com todos os seus desafios e conquistas, só pode alcançar a completude quando valoriza tanto o saber quanto o sentir; neste ponto entra a conexão com o divino, estabelecendo uma relação diferente e agregadora.

O conhecimento, embora essencial, não é suficiente para criar uma vida plena e significativa. Ele precisa ser equilibrado pelo domínio afetivo, que nos permite conectar de forma empática e compassiva com o outro; analisando o domínio espiritual, em nossas Vidas, ele nos complementa com um entendimento e uma ligação à algo indescritível e superior, que estabelece uma ligação com aquilo que temos de mais palpável como a essência.

E, quando esses dois elementos estão em harmonia, abre-se o caminho para a percepção de uma dimensão espiritual, que nos convida a refletir sobre nosso propósito e a encontrar sentido em nossa existência.

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LUTO

Neste século, a verdadeira realização humana não se dá apenas pelo acúmulo de conhecimento ou pelo desenvolvimento emocional isolado, mas pela conexão desses domínios, que nos leva a explorar e viver o que há de mais profundo e essencial em nossa natureza: a espiritualidade.

Esse é o desafio e o convite para todos nós: equilibrar o saber e o sentir para nos tornarmos seres completos, capazes de vivenciar a vida em sua totalidade e alcançar a paz interior que transcende as limitações do tempo e do espaço.(Foto: Brian Jr Asare/Pexels)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

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