O conselheiro Wilson Henrique Conceição, do Hospital São Vicente(HSV), usou a tribuna da Câmara Municipal de Jundiaí para fazer várias denúncias contra a direção da instituição. Conceição falou no Legislativo na sessão do último dia 10. Ele afirmou que no hospital há diretores com supersalários e que nos Pronto Atendimentos(PAs) é comum ver pacientes em filas enormes ou deitados no chão à espera de assistência Ele citou também a contratação de empresa terceirizada cujos empregados recebem o que considera ‘altos salários’. O conselheiro revelou ainda que vários funcionários do hospital estão com a saúde mental debilitada. Nenhum vereador colocou as acusações na pauta. A Prefeitura ainda não se manifestou. O HSV negou as acusações.
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O São Vicente tem convênio com a Prefeitura e é responsável pelo PAs Central, vila Hortolândia e Retiro. No início deste ano, a administração Martinelli chegou a romper o contrato por falta de transparência da direção do hospital. Depois, o convênio foi retomado. O conselheiro(foto) explicou que foi eleito em 2021 e está indignado com a forma como o hospital foi administrado na administração Luiz Fernando Machado. “E vem sendo da mesma forma na gestão Gustavo Martinelli. Não falo em nome dos outros conselheiros. Porém, lembro que o meu CPF também está nos convênios firmados pelo São Vicente”, disse.
Conceição lembrou que a Prefeitura de Jundiaí destinou mais de R$ 5 milhões para o HSV. “Isso porque temos dívidas entre R$ 9 mil e R$ 11 mil. Hoje passei no PA central. Estava lotado e os pacientes indignados. Temos pacientes esperando cirurgias há cinco, seis, até 10 anos. São pacientes oncológicos ou com outras enfermidades. No PA central, de sábado, domingo, ou nas madrugadas, encontro pessoas deitadas no chão ou sentadas em poltronas duras. As enfermeiras e outros profissionais estão com a saúde mental debilitada. Há falta de funcionários”, afirmou. Sobre os supersálarios, o conselheiro informou que em 2017, o superintendente receberia R$ 29 mil por mês, com direito a dois aumentos anuais. “Nenhum trabalhador tem aumentos assim. Hoje, o superintendente recebe cerca de R$ 43 mil”, disse.
Wilson Henrique Conceição acusou a diretoria operacional do HSV de ser “ditatorial”, negando a entrega de documentos ao conselheiros. “Eu já questionei o salário deste diretor cuja a atribuição eu desconheço. Responderam que ele recebe de acordo com o valor de mercado. Não se pode confundir a coisa pública com a privada e aceitar que uma pessoa ganhe esses altos e ainda tem a cara de pau de não dizer aquilo que você, cidadão, paga. Temos empresas terceirizadas cujo engenheiro recebe R$ 25 mil por mês, assim como o supervisor. O ajudante geral, R$ 7 mil. O serralheiro, quase R$ 10 mil”, afirmou.
HSV responde às acusações do conselheiro – O Jundiaí Agora questionou a direção do Hospital São Vicente sobre as denúncias feitas pelo conselheiro Wilson Henrique Conceição. A nota de esclarecimento do HSV:
O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) tomou conhecimento das declarações feitas pelo conselheiro durante sessão da Câmara Municipal, na última terça-feira (10), e respeita o papel do controle social na fiscalização dos serviços públicos de saúde. No entanto, entende ser necessário esclarecer e contextualizar os pontos levantados, especialmente diante do impacto que tais afirmações podem causar à atualização de uma instituição que há mais de 120 anos se dedica à assistência à população.
Sobre os chamados “supersalários”, o hospital reforça que as contratações são pautadas pela qualificação profissional, complexidade das funções exercidas e parâmetros de mercado. Todos os contratos — inclusive com empresas terceirizadas — são previamente elaborados e revisados periodicamente pela instituição, com base em critérios técnicos, financeiros e legais. Além disso, estão sujeitos à fiscalização dos órgãos competentes e passam por auditorias regulares.
Quanto ao atendimento, o HSV destaca que é o único hospital filantrópico do município e da região de saúde de Jundiaí habilitado pelo Ministério da Saúde nas especialidades de Cardiocirurgia, Oncologia, Traumato-Ortopedia e Neurocirurgia. Referência regional em Urgência, Emergência e alta complexidade, o hospital atende pacientes de nove municípios, totalizando uma população de aproximadamente um milhão de habitantes. Embora reconheça os desafios enfrentados em momentos de superlotação — principalmente durante períodos de sazonalidade de doenças respiratórias —, a instituição esclarece que não procede a informação de que haja pacientes aguardando por atendimentos deitados no chão.
O cuidado com as equipes é uma prioridade para o HSV. Como parte desse compromisso, o hospital mantém o Ambulatório do Colaborador, que oferece atendimento nas especialidades de clínica geral, nutrição, ginecologia, psicologia, ortopedia e psiquiatria a mais de 3 mil profissionais da instituição. Além disso, desenvolve ações internas de escuta ativa e acolhimento psicológico. O HSV reafirma seu compromisso com a transparência e permanece aberto ao diálogo construtivo com os órgãos de controle, conselhos e com o diálogo.
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