As loja Credi Tranquilo ficavam na avenida Dr. Olavo Guimarães. A inauguração aconteceu em 1971 e não era brincadeira quando o dono, Tranquilo Sacramone, afirmava que era a maior de Jundiaí. Afinal, tinha 1.200 m². Tranquilo não era um aventureiro. Desde o início dos anos 1950 tinha uma mercearia no mesmo bairro. A Credi Tranquilo ficou com as portas abertas até 1990. Deixou saudades em muita gente. Quem não se lembra de suas publicidades com o garotinho loiro sentado num foguete? Um ícone que informava que a matriz ficava nos números 250/264. A filial, no número 297 da mesma rua.
Então, vamos começar a viagem ao passado com o próprio Tranquilo Sacramone. Sem ele, a Credi Tranquilo não teria existido. Quem o conheceu diz que eram simpático, batalhador e que tratava muito bem os clientes. Muitos vendedores e comerciantes deveriam aprender com ele!
Sabe onde muitos jundiaienses compraram a primeira televisão colorida, jogos eletrônicos, aparelho de som, máquina de lavar? Na Credi Tranquilo!!! E pela cara da vendedora na foto acima, a comissão era boa…
Fala a verdade: se você foi criança nestes tempos, não iria pular de sofá em sofá para experimentar a maciez e textura de cada um? Obviamente que sua mãe iria ficar p. da vida. Mas tinha certas coisas que eram essenciais na vida de uma criança dos anos 1970 ou 1980, não é? A gente ignorava a cara feia da progenitora e continuava o test drive de poltronas…
A chamada linha branca que já não era tão branca assim: fogões, geladeiras e máquinas de lavar. As mães ficavam hipnotizadas pelos novos modelos que hoje mais parecem peças de museus. Nós? Ah, se a vendedora não estivesse olhando, abríamos todas as portas, enfiávamos as cabeças em seus interiores e se déssemos sorte, passávamos a investigação de todos os eletrodomésticos sem levar um puxão de orelha…
Vejam, no fundo da foto, os aparelhos de televisão. Naquela época existia o seletor de canal, um botão redondinho que era virado de um lado para o outro para sintonizar a emissora que se queria assistir. O controle remoto daquela época eram os filhos. O pai ou a mãe mandavam: “coloca no canal 5”. Levantávamos quietinhos e girávamos o botão. Dois minutos depois, nova ordem: “coloca no 7”. E a gente ia. Já imaginou se fosse assim hoje? A criançada surtaria…
E para finalizar este giro ao passado, a cereja do bolo: o garoto-propaganda do Credi Tranquilo, a “Loja Colorida da Cidade”. Quem nunca pegou um panfleto destes e ficou pensando: “Raios, por que este menino está sentado num foguete?”. Como diria Chicó, de ‘Auto da Compadecida’: “Não sei. Só sei que foi assim”. As fotos acima são do acervo do professor Maurício Ferreira
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