Cenário Econômico: nota de CRÉDITO do Brasil é rebaixada

Agência S&P rebaixa nota de crédito do Brasil – A agência de avaliação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da dívida do Brasil de “BB” para “BB-“, ou seja, está agora três degraus abaixo do grau de investimento (concedido a países que são considerados bons pagadores). É o primeiro rebaixamento por uma agência no governo do presidente Michel Temer.

O atraso nas reformas e as incertezas sobre a eleição presidenciável deste ano estão entre os principais fatores que pesaram na decisão da S&P. O enfraquecimento da nossa avaliação sobre o Brasil reflete um progresso mais lento que o esperado e o fraco apoio da classe política do país para implementar uma legislação significativa para corrigir em tempo hábil a piora fiscal”, afirma.

O custo das emissões das companhias no exterior tende a subir com o corte do rating do Brasil pela S&P, mas não deve afetar a demanda. A discussão para abrandar a “regra de ouro” também é um outro sinal, de acordo com a S&P, de que a classe política não está disposta a enfrentar os problemas fiscais.

Abertura com timido recuo – Apesar do rebaixamento da nota de crédito do Brasil, a abertura do nosso Indice foi de timido recuo. No pregão de ontem (10), a bolsa de valores brasileira voltou a subir forte, após um começo de semana de realização de lucros.

As atenções dos investidores estiveram voltadas para as principais recomendações de ações das grandes instituições financeiras. Além das recomendações de compra, as opiniões dos analistas estiveram voltadas para as vendas também, como foi o caso de Kroton, que foi rebaixada pelo JPMorgan, enquanto as siderúrgicas avançam mais de 4% após nova recomendação do BTG Pactual.

A Eletrobras zerou ganhos após justiça suspender Medida Provisória que autoriza a privatização da empresa. Outro que acabou influenciando o mercado foi um dos maiores investidores de todos os tempos da Bovespa, Luiz Barsi tem aumentado sua participação na Unipar Carbocloro e passou confiança na empresa para outros investidores, dada sua grande influência.

Eletrobras – As ações da Eletrobras diminuíram os ganhos após a Justiça Federal de Pernambuco conceder uma liminar que suspende os efeitos da Medida Provisória 814, que trata da privatização da empresa. A decisão elimina o efeito do artigo da MP que coloca a companhia e suas subsidiárias no Programa Nacional de Desestatização e permite o seu processo de privatização.

A liminar foi concedida pelo juiz federal da 6ª Vara Federal de Pernambuco, Cláudio Kitner, atendendo a ação impetrada pelo advogado Antônio Campos. Ele afirma que a medida adotada pelo Governo Federal atinge diretamente o patrimônio público nacional “permitindo a alienação de todas as empresas públicas do setor elétrico para a iniciativa privada”.

Segundo o juiz, o presidente Michel Temer (PMDB) não apresentou justificativa para a urgência da edição de uma Medida Provisória no “apagar das luzes” de 2017 “para alterar de forma substancial a configuração do setor elétrico nacional, sem a imprescindível participação do Poder Legislativo na sua consecução.”

Universidades – A Kroton sofreu bastante após ter a sua recomendação reduzida de overweight (exposição acima da média do mercado) para ‘neutra’ pelo JPMorgan, com preço-alvo sendo reduzido de R$ 21,50 para R$ 19. Os analistas do banco Marcelo Santos e Andre Baggio citaram no relatório oportunidades de crescimento limitadas e fraca dinâmica de base de estudantes.

O JPMorgan também espera um ano estável versus crescimento anterior de meio dígito. O banco, que está sugerindo Ser Educacional e Estácio pois estarem mais expostas à recuperação do Brasil, sendo negociadas em valores similares.

Cesp – As ações da CESP registram mais um dia de ganhos, após o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, afirmar que o governo federal prepara um decreto que deve ajudar o governo do Estado de São Paulo a viabilizar a privatização da companhia. Um leilão para a venda da fatia do governo paulista na companhia chegou a ser agendado para 26 de setembro passado, mas após uma falta de interessados a administração de São Paulo decidiu tentar negociar com a União condições mais favoráveis para a desestatização da elétrica.

De acordo com Pedrosa, o decreto em preparação no governo federal deverá detalhar condições para uma “venda combinada” da elétrica paulista, que assim geraria arrecadação maior tanto para a União quanto para o governo de São Paulo, mas não deu mais detalhes sobre a medida.

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Bitcoins – Warren Buffett já havia criticado a febre pelas criptomoedas em outras oportunidades. E mesmo se recusando a falar sobre o assunto em diversas outras oportunidades, o maior investidor de todos os tempos voltou a falar sobre o tema em entrevista para a CNBC e reforçou sua visão bastante negativa para este mercado. “Em termos de criptomoedas, em geral, posso dizer com quase certeza que elas terão um final ruim”, disse o presidente e CEO da Berkshire Hathaway.

“Quando isso irá acontecer, ou como, ou qualquer outra coisa, eu não sei”, acrescentou. “Se eu pudesse comprar uma opção de venda (derivativos que valorizam com a queda do ativo referência, como uma ação) de cinco anos em cada uma das criptomoedas, ficaria feliz em fazê-lo”.

Buffett, porém, disse que não tomaria uma posição apostando exposto nos mercados futuros de bitcoin. “Nós não possuímos nenhum, não somos short, nunca teremos posição nisto”, disse ele. “Eu enfrentro em problemas suficientes com coisas que eu acho que tenho conhecimento”, continuou Buffett.

“Por que eu deveria tomar uma posição comprado ou vendido em algo sobre o qual eu não conheço?”, completou o megainvestidor.

Nesta quinta, o Bitcoin seguiu seu show de volatilidade, do topo marcado em quase 20 mil dólares, a moeda já caiu e operou o  dia todo ontem na faixa de 13,5 mil dólares.


DIOGO YAMASSAKE

Profissional do Mercado Financeiro certificado pela Comissões de Valores Mobiliários(CVM) e PQO BM&F Bovespa. Contato: diogo.yamassake@wiseadvisors.com.br