Sempre a CRIMEIA

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O mundo assiste inquieto a crise entre Estados Unidos e Rússia por causa da Ucrânia. Lembremos que esta crise começou com a anexação, por parte dos russos, da península da Crimeia, ainda no final do século 18. A Crimeia já foi palco de conflitos bélicos por causa de sua localização, uma espécie de porta de entrada para a Rússia. Nela também aconteceu a primeira reportagem de uma guerra usando fotografias.

Em 1855, os governo da França, Inglaterra e Turquia declararam guerra ao império russo e também contra os textos enviados pelo correspondente do jornal The Times, Willian Russel, que retratava as péssimas condições enfrentadas pelos soldados britânicos. Para combater a narrativa de Russel, a rainha Vitória, patrocinou, junto com uma firma de editores, a ida do fotógrafo do Museu Britânico, Roger Fenton, para o cenário da guerra.

Fenton nunca havia fotografado uma guerra e nem tinha equipamentos para isso. Algumas das fotos dele levavam até 20 segundos para serem feitas o que impedia conseguir imagens de ação. As cenas mostravam os combatentes tomando chá ou posando durante alegres rodas de conversas.

Porém – além da censura do governo inglês – os editores que o contrataram Fenton pretendiam vender as fotos deles como cartões postais da guerra. E pediram a ele que não mostrasse os horrores do conflito. Assim, assim a primeira reportagem fotográfica da história nasce censurada do ponto de vista político e limitada do ponto de vista técnico, curiosamente duas relações que perduram até os dias atuais no  jornalismo.

ARI VICENTINI

Repórter-fotográfico desde 1989, com passagens pelo Estadão e Jornal da Tarde. Foi fotógrafo e editor de fotografia do Diário Lance, atualmente é professor de Fotojornalismo na Faculdade Cásper Libero. É jundiaiense.

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