Em seu primeiro mandato, o vereador Cristiano Lopes (PSD) confessa que se arrepende de não ter se candidatado à presidência da Câmara no início do ano passado. Ele também não descarta a possibilidade de ser candidato a deputado nas eleições deste ano. A entrevista com Cristiano:
Politicamente, o ano de 2017 foi bom para o senhor ou não? Quais as suas principais vitórias?
O ano de 2017 foi de muito aprendizado e de bastante trabalho. Um ano de bastante diálogo, de planejamento e de adaptação.
A maior vitória foi ver programas que construímos funcionando, como ‘gabinete interativo’ e ‘vereador na rua’. Através deles, eu pude dialogar com a população.
Além disso, foi bom ver meus projetos apresentados sendo aprovados. Projetos que que beneficiam a população, em áreas importantes como educação, esporte, economia, juventude, terceira idade, entre outros.
As mais sentidas são duas emendas, uma no PPA e outra no orçamento, que apresentei e foram rejeitadas.
Eu continuo lutando pela construção de vestiários para o Ginásio Anexo do Complexo Esportivo Nicolino de Lucca, o Bolão e propus uma emenda no projeto do PPA. A emenda, porém, foi rejeitada pela comissão mista. A luta continua.
Também propus uma emenda ao projeto do orçamento para 2018 solicitando verba para o sistema de aquecimento e filtragem da piscina do Bolão. O valor é de R$ 500 mil.
O senhor se arrepende de algo que fez ou do que não fez?
Eu me arrependo de não ter me lançado candidato a presidência da Câmara Municipal. Eu não conhecia o sistema, independentemente de quem ganharia a eleição. Eu poderia ter ajudado de outra forma o Legislativo. Participar significaria ter mais espaço. O atual presidente, o Gustavo Martinelli, atua da forma que acha melhor. Mas vejo a Câmara um pouco distante de muitas coisas da cidade. Isto, talvez, precisaria ter mais gente envolvida neste processo. A presidência serve para unir os vereadores.
O que planeja para 2018?
Seguir lutando por projetos importantes para a cidade, em especial por um plano municipal de desenvolvimento econômico para que possamos contribuir diretamente com a sociedade, com aumento de renda e de ofertas de empregos. Além disso, vou continuar na luta por projetos de incentivo ao esporte municipal.
Pretende se candidatar a deputado estadual ou federal? Quantos o senhor acha que Jundiaí deverá eleger?
Aguardo o posicionamento do partido. Na verdade, meu desejo é sempre estar colaborando com o município, independentemente de estar em um cargo público ou não.
Eu acredito que a cidade tem capacidade de eleger dois federais e dois estaduais. Espero que a população tenha essa consciência em votar em candidatos da cidade.
O que espera de quem for eleito?
Que seja mais participativo com as ações do município e que sejam mais presentes na nossa cidade. E que tragam mais investimentos para áreas importantes.
Como viu os trabalhos da Câmara de forma geral? Acredita que por conta das eleições, os trabalhos no Legislativo ficarão mais lentos?
Acredito que poderíamos ter avançado mais enquanto instituição. Sinto que em certos momentos a população foi prejudicada quando os interesses partidários foram maiores que os interesses públicos. Não podemos deixar que a política partidária acabe com nosso país e com Jundiaí.
Quanto ao ritmo dos trabalhos na Casa, a tendência nossa, até pela experiência adquirida no primeiro ano, é acontecer exatamente o contrário. Vamos intensificar os trabalhos.
E o que achou do primeiro ano da administração Luiz Fernando Machado?
Todo governo tem um primeiro ano de adaptação, mas deixou a desejar em algumas áreas. No meu ponto de vista, faltou participação popular. Não se fez um diálogo em temas importantes como IPTU, Centro de Excelência do Esporte, Plano Municipal de Saneamento, ciclovias e Parque Tecnológico. Essa falta de diálogo é compreensível para o primeiro ano de mandato, mas para o próximo ano nós cobraremos uma mudança de postura.
A atual administração usou muitas vezes o discurso de culpar o ex-prefeito em várias situações. Como analisa isto?
Não dá para discutir Jundiaí fora de um contexto do país. Brasil passou por crises econômicas, institucionais e morais. Jundiaí atravessa um momento de crise da mesma forma que o país está.Não é compreensível você justificar um ano de mandato somente jogando na conta do passado.
O grande responsável pela dificuldade financeira do município é o governo do Estado por não cumprir com algumas obrigações fundamentais como: repasses da merenda escolar nas escolas estaduais (custo de R$ 6 milhões/ano), subsídio para transporte escolar para ensino médio, santa casa sustentável para o São Vicente (repasse de R$ 20 milhões/ano) e a medicação de alto custo que só o ano passado custaram mais de R$ 10 milhões/ano. Estamos falando em gastos de R$50 milhões que saem dos cofres da prefeitura para arcar com obrigações que são do Estado. O Estado precisa ser cobrado também.
Este discurso é ruim para a cidade. Todos os governos que entram e saem têm seu lado positivo e negativo e a população sabe ao certo como avaliar isso.
O que espera do Executivo para 2018?
Será um ano difícil, como foi o de 2014 em diante. O índice de participação dos municípios (IPM) já tem uma previsão de queda e isso vai prejudicar a administração pública. Espero mais diálogo.
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