CURTAS BRASILEIROS têm abordagem “poética”

curtas brasileiros

Induzindo à reflexão, os três curtas brasileiros que participaram do Festival de Cinema de Berlim neste ano tem temas diversificados.  “Manhã de Domingo“, de Bruno Ribeiro, foi um dos três curtas brasileiros que participou desta edição da Berlinale. Tendo como protagonista a pianista Raquel Paixão, que pela primeira vez atuou como atriz incorporando Gabriela, abordou principalmente os conflitos internos da mesma.

“Escolhi Chopin porque sua música traz um clima melancólico, tematiza o tempo, improviso, sonhos, combina com o clima impreciso do filme”, comentou Raquel na conversa com o público após a estreia mundial no dia 12.

A música, a performance e a dramaturgia do filme que, durante vinte e cinco minutos foi exibido na seção Shorts, convenceu também o júri e ganhou o Urso de Prata da categoria. Para saber mais clique aqui.

Os outros dois curtas brasileiros estavam na seção Forum Expanded. Dividida este ano em 10 programas e uma exibição, normalmente traz obras com temáticas exclusivas, fortes, poéticas, polêmicas. Intitulada “Closerto the Ground” (Mais perto do chão), a seção teve duas participações do Brasil.

Rafael Castanheira Parrode, de Goiânia, trouxe “O Dente do Dragão” para Berlim, no qual abordou principalmente a contaminação radioativa com o Césio 137 que ocorreu  na capital de Goiás em setembro de 1987.

Em português e inglês exibiu nos 27 minutos, em linguagem metafórica e misturas de cenas produzidas com efeitos visuais inseridos(foto acima/divulgação) e de documentários, momentos com telas “agitadas”, iluminadas, quase “gritantes”. Houve até alerta para quem sofre de epilepsia.

O nome do curta veio ainda da mitologia grega, da história de Cadmo que derrota o dragão e faz do seu dente uma nova cidade. Como se o acidente em Goiânia pudesse ter produzido o mesmo.

Já a obra de Paula Gaitán podia ser visitada todos os dias no centro cultural “Silent Green”, em Wedding, onde também estavam 12 demais trabalhos.

Em um aparelho de televisão a instalação de vídeo de 35 minutos era transmitida repetidamente e mostrava principalmente um homem traçando o seu próprio caminho, no tempo e espaço.

Com o nome espanhol “Se Hace Caminho al Andar” (se faz o caminho ao andar/foto principal/divulgação) e as poucas palavras pronunciadas em Kuikuro, dialeto indígena da população indígena do Alto Xingu, no Mato Grosso.

Paula trabalhou com Glauber Rocha, mora em São Paulo e tem várias obras, inclusive com temática semelhante a essa como “Luz nos Trópicos”, longa com 259 minutos que, em 2020 foi exibido na seção Fórum do Festival.

Mais notícias sobre o Festival e a participação brasileira no mesmo o leitor acompanha nos próximos dias no Jundiaí Agora, com exclusividade.

SANDRA MEZZALIRA GOMES

Jornalista jundiaiense em cobertura especial para o Jundiaí Agora. Mora na Alemanha há duas décadas

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