De conversa em conversa, reflito, aprendo, concluo sobre isso ou aquilo. Uma amiga, Cláudia Mazia, contou-me a respeito da menininha que morava com o irmão, menor que ela, numa área de invasão na região Centro-Oeste. A moradia de dois cômodos possuía o banheiro fora e para chegar nele havia três degraus. A mãe saía com o propósito de conseguir o valor necessário para colocar comida dentro de casa. Os dois ficavam sozinhos em meio de centenas de pessoas que habitavam o espaço e sonhavam com uma vida mais digna. No escuro, a pequena se postava no terceiro degrau do banheiro improvisado, a fim de observar se apareceria alguém conhecido que lhes oferecesse abraço afetuoso que espanta temores.
Tocou-me fundo! Recordei-me da casa antiga em que passei parte da infância e a juventude. Antes do portão, junto à calçada, havia três degraus igualmente. Gostava de sentar ali, uma vez por mês, à espera de meu pai que chegava de São Paulo. Ia pela manhã, para tratar de negócios, e voltava ao entardecer. Quando ele virava a esquina da Rua Siqueira de Moraes para a Rua Rangel Pestana, corria ao encontro dele para abraçá-lo. Sabia o quanto o amava e sou feliz por ter sido ele o meu pai. Os três degraus iguais, mas tão diferentes as histórias: uma de medo e a outra de amor.
De acordo com ela, quando a pessoa, por exemplo, se embriaga ou usa drogas ilícitas, esgota a dopamina e, no dia posterior, experimenta uma ressaca moral, que pode levar a tragédias como o suicídio. Palavras delas que a única dopamina que equilibra o ser humano e o impede de desditas é a dopamina de Deus. Considerei tão bonita e verdadeira essa colocação!
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No dia seguinte, na Missa da Epifania do Senhor, ouvi do Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Reitor e Pároco do Santuário Santa Rita de Cássia, que na visita dos magos já havia a sombra da Cruz, com a entrega da mirra. E, na Missa do Batismo do Senhor, disse ele que Jesus (sem mancha alguma), para nos salvar, entrou na fila da humilhação, a fim de ser batizado por João Batista. Que forte!
Dopamina de Deus, sob a sombra da Cruz, reconhecendo quem somos e mesmo assim o Senhor nos ama tanto, leva à salvação.(Foto: This is Zun/Pexels)
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
É professora e cronista
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