Dez considerações sobre um atentado à DEMOCRACIA

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O atentado ocorrido nos Estados Unidos, a maior democracia do mundo, tendo por finalidade assassinar o candidato à presidência,  Donald Trump, merece breves considerações de natureza mais histórica do que política.

A primeira é que é a oitava tentativa, muitas vezes bem-sucedida, de assassinar alguém que ocupa ou ocupou o mandato Supremo do governo. Lincoln e Kennedy foram mortos, em pleno exercício do poder. Ronald Reagan salvou-se, como agora, o ex-presidente Trump.

A segunda consideração é que todos eles eram conservadores, mesmo Kennedy eleito pelos democratas, que se notabilizou no relacionamento internacional por oposição aos soviéticos, principalmente naquela dos mísseis russos enviados à Cuba, mas que conseguiu que os navios que os traziam retornassem aos seus portos de origem.

A terceira reflexão é de que as mais conhecidas nações de esquerda são ditaduras, muitas delas sangrentas, como Cuba, Venezuela, Nicarágua, Rússia ou China. Seus líderes, nestes regimes contrários à democracia, raramente sofrem atentados.

A quarta consideração diz respeito as narrativas destes ditadores. Putin, no estilo de Hitler, invadiu parte da Ucrânia e tenta conservar o que conquistou com o discurso de que está querendo evitar que o nazismo seja instalado no país vizinho. Depois de dois anos de conflito, a narrativa inicial foi alterada para que a tomada de parte da Ucrânia é para evitar que a Ucrânia venha a aderir a Otan. A fim de, manter sua ditadura, matou oficiais que ajudaram a invadir a Ucrânia, adversários, jornalistas com olímpica tranquilidade, sempre alegando acidentes ou colapsos físicos inesperados. E não permite que ninguém diga que está em guerra, pois a operação o é mera ação para proteger a Rússia. Avesso à democracia, sua frieza, cinismo e crueldade, em relação a milhares de cidadãos ucranianos que assassinou e soldados russos que sacrificou, levaram a ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional como criminoso de guerra, proibido de viajar para inúmeros países, onde a Corte tem jurisdição para não ser preso, embora o presidente Lula, apesar do Brasil ser signatário do acordo que criou o TPI, tenha lhe dito que ao país poderá vir, pois não será encarcerado.

A quinta consideração é que as amizades internacionais do presidente Lula, com tais ditadores são preocupantes. Recebeu o ditador Maduro com tapete vermelho e trata os ditadores cubanos com reverência. Representantes de Ortega estiveram em sua posse. Faz permanente vênia a Xi Jinping e se diz comunista, tendo colocado um comunista no Supremo.

A sexta consideração é de que, apesar de o Brasil estar no continente americano, prefere esfriar seu relacionamento com a América do Norte e fortalecer o relacionamento com o “Sul Global”, dirigido principalmente, pela Ásia influenciada pela ditadura chinesa.

A sétima consideração é de que a China é uma ditadura política e uma economia de mercado, que pratica um “liberalismo selvagem” até mesmo condenado por liberais, com o que não teve a deterioração econômica dos demais países de esquerda, os quais não sabem criar progresso e pretendem distribuir as riquezas de quem gerou desenvolvimento.

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A oitava consideração é que o discurso permanente de Lula, que gasta o que não tem, ataca o Banco Central por manter política monetária de contenção da inflação, alimentada pela falta de política fiscal do presidente, o qual declara não precisar de livros de economia para dirigir o país, tem levado a fuga de capitais, a dificuldade no controle cambial e a temer o mercado pelo descontrole inflacionário.

A nona consideração é que se o ex-presidente Trump for eleito os preconceitos de Lula contra o EUA não serão bons para o país.

E, por fim, como décima consideração, os tropeços verbais do presidente Biden e o atentado contra Trump e à democracia parecem dar a impressão que os republicanos voltarão ao poder nos Estados Unidos. (Foto: Josh Hild/Pexels)

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

É jurista e advogado

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