Em tempo de eleição é preciso o quanto antes colocar seu nome na cabeça dos eleitores. A demora é prejudicial para partidos e candidatos. Desde abril deste ano, porém, o PT – Partido dos Trabalhadores – insistia no nome de Luiz Inácio Lula da Silva para ser seu candidato. Enquanto isso (ou desde 2014), Jair Bolsonaro, mesmo sem um partido definido, já se dizia candidato nas eleições deste ano. E a cada dia que passava e com o aumento das denúncias de corrupção e impeachment de Dilma, o eleitorado foi se convencendo de que ele era mesmo um dos principais nomes nas eleições deste ano. E com a insistência de Lula, do outro lado, os dois acabaram se consolidando como os primeiros e principais nomes da corrida eleitoral.
Mas abril fechou as portas ao PT e à candidatura de Lula, mas eles insistiram em manter o nome do preso na lista e esperar o TSE – Tribunal Superior Eleitoral – definir quem seriam os candidatos. De todos os pré, apenas um não passou pelo tribunal porque outra linha judiciária havia trancafiado o homem na prisão. Mas a insistência durou até o último dia, último momento, último segundo, como a maioria dos brasileiros que deixam tudo para a última hora. E finalmente Fernando Haddad foi aprovado pelo partido para substituir Lula na cédula eleitoral e ser o candidato do PT nas eleições de outubro.
Passou muito tempo e, faltando três semanas para o primeiro turno das eleições, começa a verdadeira corrida eleitoral do PT para buscar a presidência. Difícil para o eleitorado todo assimilar tal mudança e isto acabou gerando um espaço em branco no partido, o que pode deixar Haddad fora do segundo turno das eleições.
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Mas nem tudo está perdido para o PT. Do outro lado, o líder das pesquisas tem, há uma semana, um problema grave de saúde. Por mais que se tenha dito que Bolsonaro está evoluindo bem e a campanha continua, os médicos tiveram que operá-lo emergencialmente na noite desta quarta-feira. Se você está bem de saúde, não precisa ser operado! Por mais que os médicos digam que ele está bem, é preciso saber quando e como Bolsonaro deixará o hospital, mesmo que esteja no mais bem equipado do Brasil. E a pergunta que o eleitorado faz é: se o candidato à Presidência se interna num hospital particular, pagando caro por isso, como vai incentivar o povo a ir ao hospital público? Neste quadro, pode-se dizer que, se o que liderava a campanha está preso e o que ficou em primeiro lugar com a saída deste está no hospital, ainda ficam dúvidas na cabeça dos eleitores. Bolsonaro se recupera até as eleições? Isto nenhuma pesquisa eleitoral vai conseguir dizer…(Foto: br.blastingnews.com)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com