Como já é tradição no Brasil, os prefeitos eleitos em outubro tomam posse no dia 1º de janeiro do ano seguinte. E este ano não foi diferente: o que mudou é que a crise instalada no País não criou expectativas positivas aos empossados. Se em 2008 o então presidente Lula dizia que a crise que estava passeando pelo mundo era um tsumani para os Estados Unidos, “se chegasse ao Brasil seria uma marolinha!” Já em 2015 a então poeta analista, presidente Dilma Rousseff, garantiu que “a marola se acumula e vira uma onda e sabe por quê? Porque o mar não serenou!”
Brincando ou não com as palavras, o certo é que a crise está aí e os prefeitos estão tentando administrar a situação com cortes – ou promessa de fazê-los – para conseguir governar suas cidades. Alguns dos prefeitos empossados já avisaram que a situação é difícil. Enquanto um posava para fotos, doando sangue, e outro se vestia de gari para fazer o mesmo efeito junto à imprensa, o certo é que não teremos um ano positivo na área administrativa das prefeituras. Não atravessando o muro dos vizinhos e olhando nosso quintal, percebemos que Jundiaí está no meio da crise e, com certeza, um caminho árduo e difícil para o prefeito Luiz Fernando Machado.
Nem bem tomou posse, já viu o sindicato dos servidores reivindicar o pagamento do vale-alimentação, ação que deixou de ser executada por Pedro Bigardi no final do ano passado. A reclamação, portanto, deveria ter sido feita a ele. Além disso, Luiz Fernando já tomou à frente e, com reuniões, discutiu saídas para o Hospital São Vicente de Paulo. Apesar de garantir que as tarifas de ônibus vão continuar congeladas na cidade – em Campinas já está aprovado reajuste elevando seu valor de R$ 3,80 para R$ 4,50 – o certo é que o subsídio deverá ser elevado para garantir recursos para manter os preços como estão: R$ 3 para quem tem o Bilhete Único – que já foi chamado de Ganha Tempo – e R$ 3,80 quem usa papel moeda para efetuar o pagamento.
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Existem obras que precisam ser concluídas na cidade e entregues à população. Assim como a crise no Hospital São Vicente, a maioria destas obras está na área da Saúde. São UPAs ou UBSs com obras paralisadas – na rua Zuferey, uma placa na UPA da Vila Progresso informa que a conclusão estava prevista para outubro de 2016 e está longe de ser concluídas. Existem UBSs que foram reformadas e ampliadas que precisam de equipamentos. Enfim, como se vê a área da Saúde, em Jundiaí, sofre na UTI e não há previsão de melhora a curto prazo.
Marola ou não, o fato é que a crise se instalou no País, com um número cada dia maior de desempregados. Claro que a maior parte deste número depende do setor econômico do Governo Federal, mas os municípios podem ajudar, reduzindo o tamanho da máquina e montando equipes competentes para executar seu trabalho.
Como se vê, o ano começa com esperança de mudança. Não se pode falar em melhoras, principalmente porque “a marola acumulou e virou onda”, como argumentou a senhora afastada, mas devemos confiar nas pessoas que estão no comando dos municípios. Isso, pelo menos, pode servir para amenizar o mar que não serenou!
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com
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