No dia em que Lula, o maior responsável pelo caos em que o país se encontra, foi condenado, só se viam pelas redes sociais as indefectíveis gozações e, a sério, a noção de que nada de concreto vai acontecer com o sindicalista que tinha tudo para ser lembrado como um divisor de águas no Brasil, mas será estudado no futuro como um dos maiores corruptos de nossa história. São os sinais do desânimo extremo…

Na banca de jornais em que compro, o Estadão tinha a primeira página com ênfase total na condenação, mas os jornais estavam “encalhados”, como se a sentença condenatória fosse algo já esperado, uma ‘não notícia’, sem causar espanto, nem alegria, tristeza ou perplexidade.

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Esse é um dos efeitos colaterais mais nefastos da bandalheira generalizada que tomou conta do país: nada mais espanta e tudo tornou-se banal, vulgar, com a ideia geral de que não sobrou ninguém honesto e que, por isso, tanto faz o que aconteça com o mais novo político relatado não em milhares, mas sempre em milhões de reais ou dólares.

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Muito terá que ocorrer para que essa sensação de impunidade seja revertida. Até lá, resta apenas o consolo de que a liberdade impera, ainda que manipulada pelo poder político e econômico. Mas é mesmo verdade: Lula e Temer não serão presos, nem Dilma, nem Aécio. O sistema garante e manda dizer que mandará prender alguns bodes expiatórios de pouca expressão. É tudo. (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)


DESÂNIMO

CLÁUDIO ANTONIO SOARES LEVADA

Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Mestre/USP e Doutor/PUCSP em Direito Civil. Professor e Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica do Unianchieta. Professor da Pós-Graduação da PUCSP em Direito Civil. Diretor Jurídico da Associação Paulista dos Magistrados.