Não no sentido literal, ok? A mulher que devorava livros (numa paródia livre e cara de pau da “Menina que Roubava Livros”) diz respeito a mim. Pois é. Sou uma devoradora de livros.
Não consigo controlar. Leio até o fim os livros mais bisonhos, com histórias mal contadas, só não consigo ler as mal escritas. Sabe aqueles livros com erros de português, excesso de gírias, tradução livre e horrível. Esses não consigo encarar, mas eles se multiplicaram pela facilidade que as mídias digitais têm de nos auto intitular escritores. Nada contra. Também sou escritora digital: meus quatro livros estão publicados na plataforma de livros digitais da Amazon. O problema é a falta de revisões.
Ano passado li (pasmem) 273 livros. Ok, eu confesso que tenho leitura dinâmica, mas isso significa ler UM livro por dia, mais ou menos, sendo a média brasileira (dados de 2016, mas com a minha média, só do ano passado, poderia aumentar substancialmente a média nacional) de 1,5 livros por ano.
Esse cenário muda quando consideramos livros escolares obrigatórios e livros escolhidos livremente. Na escola, em média são sugeridos 5 leituras anuais, portanto os 1,5 livros da média nacional referem-se a livros de livre escolha. A média do último sobe de acordo com a escolaridade da família: quanto maior, mais livros lidos. Isso fica bem feio, quando comparamos a outros países como EUA, com média de 5,5/ano e França com 7.
É claro que leio mais durante as férias, o que significa que cheguei a ler mais de um livro por dia, mas o importante não é o quanto leio, mas o quanto o povo brasileiro deixa de ler. Temos uma geração inteira de analfabetos funcionais e credito grande parte dessa realidade à falta de leitura (fato: mau desempenho dos alunos brasileiros em leitura em avaliações internacionais, como o Pisa. No último exame, feito em 2006, mais de 50% ficaram nos mais baixos níveis de compreensão e interpretação de textos).
A nossa esperança são os nascidos a partir de 2001: filhos orientados a ler mais, a ter mais amor à natureza e aos animais, forte senso de preservação natural, respeito às diferenças entre tantas outras (com exceção da garota sueca Greta: claramente desinformada, com discurso de ódio e fortemente patrocinada).
Eu, uma mulher de outra geração, acostumada a segurar e espirrar sobre livros físicos, ganhei um leitor de E books há oito anos. Desde então, o que era hobby virou hobby².
Os e Books são mais baratos, não disparam minha rinite, não ocupam espaço em casa (portanto não juntam poeira voltando à questão da rinite), eu consigo carregar 500 livros ou mais nele, é leve (é quase do tamanho do meu celular, sendo que a tela ocupa todo o espaço disponível), tem controle de luz, tamanho de letra, marcação de página, dicionário, destaque de texto, entre outras.
Deu pra perceber que eu adoro meu leitor de e Books, certo? Mas, e quanto à atenção, assimilação e aprendizado? São comparáveis ao livro físico?
Sim. Não acredita em mim? Então citarei uma pesquisa séria feita a esse respeito, comparando E books com livros físicos.
Na Universidade do Arizona e Universidade Towson, ambas nos Estados Unidos, o estudo “Consumer interpretations of digital owner ship in the book market” (Interpretações da propriedade digital pelo consumidor no mercado livreiro, em tradução livre) mostrou uma percepção de posse de livros digitais diferente da observada para livros físicos.
As pessoas não conseguem emprestar (a Amazon é a única que oferece esse serviço), dar, doar e não tem a sensação do peso, da textura das folhas, da capa e limitam a experiência de uso, pois a posse de um livro digital é limitada.
Os sentidos ficam mais aguçados com a posse de um livro físico devido à imaterialidade do livro digital. O que é o livro digital? Uma fumaça? Um elétron perdido no espaço? Um pulso?
O que mais discutido atualmente é com relação ao cansaço dos olhos (também causado por trabalho de longas horas na frente de um computador) e a concentração e aprendizagem em livros digitais.
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DOUTOR, UM(A) MENINO(A), POR FAVOR!!!
Perguntem a qualquer especialista (um bom de preferência, não consultem profissionais como a Greta, ok?) da área oftalmológica que ele dirá: não há comprovação científica de que os e Books (assim como computadores, afinal já temos anos de dados sobre esses) prejudiquem a visão, a não ser o cansaço ocular. Portanto, evitem longas horas de uso e ajustem sempre a luz e o tamanho das letras para minimizar os efeitos.
De verdade? Eu nunca tive nada disso e eu só leio no leitor de e Books
Concentração e aprendizagem são semelhantes, desde que você respeite o horário de leitura desligando (ou se desligando) de distrações como notificações na tela. Esse sim, o maior de todos os problemas de concentração e fixação de conteúdo, digitais ou não. O efeito será semelhante se, ao ler um livro físico, mantiver um olho em suas páginas e outro no celular/tablete.
Aproveitem as férias! Tem livros excelentes, físicos e digitais, nas livrarias!! No mais, excelente leitura a todos!
“Não é preciso queimar livros para destruir uma cultura. Basta fazer com que as pessoas deixem de lê-los!” Ray Bradbury.(Ilustração: www.libelle.nl)
ELAINE FRANCESCONI
Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.
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