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Divertimento na TV, livros, Whatsapp. Mas, o que é pudibunda, hein???

Nesta fase ruim, sendo essencial o distanciamento físico, quando só devemos sair de casa para tarefas necessárias, os livros, programas televisivos, celulares, Whatsapp e outros nos trazem algum divertimento.

As emissoras de televisão já apresentaram programas mais interessantes… No momento, por causa da pandemia e talvez pela crise financeira, muitos programas estão sendo repetidos.

O programa “A Escolinha do Professor Raimundo” que fez sucesso sob o comando do inesquecível Chico Anysio, levado ao ar pela TV Globo, teve uma segunda versão com seu filho, mas, talvez pelo horário, não tenha conseguido boa audiência e foi retirado da programação. Quando assisti à segunda versão desse programa, achei interessante o uso de um termo curioso e pouco conhecido.

A cena, muito engraçada, inicia-se com o “professor” perguntando à aluna “Dona Bela”, personagem que foi interpretada pela hilária Zezé Macedo(foto) e nesta segunda versão por Betty Golfmann. Ele pergunta:

– Dona Bela, a senhora que é uma pessoa pudibunda pode me responder….

Ela, ao ouvir as duas sílabas finais da palavra, não o deixa terminar a frase e diz, furiosa:

– Sem vergonha, descarado, despudorado, o senhor é um indecente que só “pensa naquilo”…

Ele diz que não é nada do que ela está pensando e passa a pergunta para o outro aluno, que explica o significado de pudibunda.

O uso desses termos esdrúxulos – esquisitos – além de servir para divertimento em programas do gênero citado, serve, também, para conhecimento de suas existências na Língua Portuguesa.

Certa vez, usei alguns similares para desenvolver uma crônica com o objetivo acima citado. Recebi palavras de aprovação. Foi um divertimento. Por isso, volto ao assunto. Usarei alguns para dar continuidade ao texto.

Eu até gostaria de saber se o leitor tem algum amigo malungo ou se é um. Penso que é, caso contrário, não estaria lendo esta coluna e teria vontade de defenestrar a autora.

Enquanto penso em termos para usar e denominar quem lê este artigo, vem-me à memória o que eu gostaria de parecer aos seus olhos: uma pessoa jucunda. Talvez eu consiga ser, se houver, do outro lado, um leitor pulcro, não um solipso.

Lembro-me que, há algum tempo, em uma petição de guarda-de-menor, o advogado, defensor do pai, escreveu que a mãe não merecia ficar com a criança porque era desleixada e vivia fazendo convescotes com andejos.

Chamou-nos a atenção o uso desses termos, principalmente na linguagem forense, no entanto, estão corretos e usados no Norte do país.

Nosso vocabulário é vasto e diversificado, essa diversidade em hábitos, costumes e linguagem é fruto da expansão territorial brasileira – 8,5 milhões de quilômetros quadrados – pode-se afirmar, continental e populacional: 211.755.692 habitantes, dados consideráveis, mesmo com milhares de mortes pela pandemia. Além disso, para nos enriquecer, somos um povo miscigenado.

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E, para terminar, antes de ser defenestrada, informo que um médico, entrevistado por certo canal televisivo, informou que tomássemos cuidado com a ageusia e a anosmia porque significam a possibilidade de estarmos contaminados com Covid. Disse, ainda, que a cepa indiana do coronavírus chegou ao Brasil e as mais vulneráveis são pessoas portadoras de comorbidades. Fiquem atentos, eis aqui um repto!(Foto: www.adorocinema.com)

JÚLIA FERNANDES HEIMANN

É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence à Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.

 

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