Em italiano, dolce far niente quer dizer ‘agradável ociosidade’. Ou seja: é preciso descansar. José, Lorena e as filhas levaram o ditado ao extremo e tiraram férias sem data para acabar. Há sete meses a vida da família argentina é comer, beber, dormir e viajar. Mesmo sem algo ‘oficial’ para fazer, todos sabem que há responsabilidades que não podem ser deixadas de lado. Se não cuidarem do ônibus, ficarão no acostamento e o passeio se tornará transtorno. As irmãs Maite e Malena estão começando a estudar. Precisam de uma rotina com seus tablets e notebooks. Na última parte da entrevista, os argentinos falam sobre as curiosidades vividas até agora:
Por aqui existe pessoas que gostam de implicar com os argentinos. Perceberam isto?
José – Não por seremos argentinos. A minha esposa sentiu preconceito de alguns policiais que só se dirigiam a mim.
Lorena – Aconteceu uma duas ou três vezes. Eles não falaram comigo. Disseram: chame o seu marido. Isto aconteceu em Bombas, Bertioga…
José – O problema maior é que não quero que minhas filhas fiquem traumatizadas com policiais. Estamos viajando.
Lorena(mostrando a blusa verde e amarela com inscrição ‘Brasil’) – Na Argentina eu não poderia usar esta roupa. Não iriam gostar.
Mas aqui tem muito brasileiro que usa a camiseta da seleção da Argentina…
Lorena – Mas lá, eu não usaria esta blusa…
Vocês devem ter vivido muitas situações curiosas
José – Sim. Quando eu trabalhava tinha o cabelo normal. Agora, na viagem, decidi usar rastafari. E sempre me perguntam se eu uso maconha(risos). Eu queria ter o cabelo assim um dia. Esta foi a ocasião certa. E teve também a situação com os policiais. Não é que eles trataram mal a minha esposa. Eles a ignoraram.
Lorena – Já no Guarujá, acompanhamos a chegada do presidente Bolsonaro. Como viajantes, aquele era um momento importante para nós. Puxa, um presidente! Falamos com ele. O Bolsonaro perguntou de onde éramos. Tiramos foto com ele e postamos. Não falamos de política. Daí, passamos a ser ofendidos nas redes sociais por brasileiros. Diziam que deveríamos voltar para a Argentina. Não entendemos aquelas agressões.
Quantos churrascos vocês já comeram nesta viagem?
Lorena – Nossa! Somos muito carnívoros. E vocês, brasileiros, quando se reúnem, a primeira coisa que fazem é churrasco…
José – Vocês têm uma carne maravilhosa. Aqui tem picanha.
Mas vocês comem churrasco com vinho…
José – Sim. Eu não gostava de cerveja. Agora, minha geladeira está cheia com esta bebida…
Os estrangeiros falam muito da fartura que há na mesa do brasileiro. Concordam?
José – É verdade. Entramos num restaurante, pedimos o menu e fizemos um pedido. De repente começou a chegar prato disto, daquilo e não acabava mais. Eu perguntei para a minha esposa: o que foi que nós pedimos? É muita coisa!
Vocês gostam de arroz com feijão?
Lorena – Nós, sim. O argentino não tem este hábito. Mas eu ainda não aprendi a fazer o feijão como vocês. O caldo não fica igual…
Como é a rotina de vocês? Que horas levantam, o que fazem?
José – Lorena, o que você vai fazer amanhã?
Lorena – Nada…
José – E depois de amanhã?
Lorena – Nada também(risos). A nossa vida mudou completamente. Antes tínhamos horário para levantar, para o trabalho, para a escola. Agora, dormimos, levantamos e tomamos café a hora que queremos. Almoçamos três, quatro horas da tarde.
E a escola das meninas?
Lorena – Elas começaram a estudar agora! Maitê e Malena estão aprendendo através do sistema de ensino Exército Argentino. São aulas pela internet. Muita gente que mora fora do país utiliza este sistema de educação, que é reconhecido. Quanto à rotina, explicamos que elas precisam estudar, ajudar na manutenção do ônibus. Todos têm responsabilidades para cumprir nesta viagem.
De Jundiaí vão para onde?
José – Já mudamos várias vezes nossos planos…
Lorena – É difícil manter um planjeamento. Nós vamos para um lugar. Conhecemos uma família. O lugar está bom e acabamos ficando.
José – Voltaremos para o litoral de São Paulo: São Sebastião, Ubatuba, Ilhabela… Se eu puder ir com duas rodas do ônibus passando pela água do mar, é o que eu farei…
E o Rio de Janeiro?
José – Estamos na dúvida. Falaram da violência. Outros dizem que se não for ao Rio de Janeiro não conheceremos o Brasil. Talvez iremos até algumas cidades do litoral sul. Temos um outro problema com o Rio. Conhecemos algumas pessoas de lá e não entendemos nada o que elas falam. Parece outra língua. Falam, cantam e dançam ao mesmo tempo…
E depois?
José – Vamos conhecer o Nordeste e também o Pantanal e a Amazônia.
Pretendem visitar outros países da América do Sul?
José – Pensávamos na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia. Mas precisamos ver como estará a situação política destes países. Depois, América Central até chegar ao México.
Lorena – Vamos conhecer as pirâmides maias…
VIAJEROS: DE BUENOS AIRES AO MÉXICO
COMO ESTA FAMÍLIA VEIO PARAR EM JUNDIAÍ?
Quanto tempo até chegar no México?
Lorena – Previsão de uns três, quatro anos…
Mas, e o dinheiro?
Lorena – Agora estamos economizando mais…
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