Quero dizer, depois que o efeito prazeroso passa, o rastro de destruição é avassalador. Então, usar droga é uma droga.
A substância da vez é o 3,4(metilenodioximetanfetamina), mais conhecido como MDMA, simplesmente MD ou para os íntimos “Michael Douglas”. Princípio ativo do Ecstasy, a droga do amor, é um alucinógeno potente que afeta os principais neurotransmissores cerebrais: serotonina, dopamina e noradrenalina.
Ele proporciona efeitos intermediários entre o ácido lisérgico e a cocaína e ganhou espaço principalmente entre jovens universitários, de média a alta renda (ele é caro), devido à má qualidade do Ecstasy apresentado nas baladas.
O curioso é que os jovens gostam desta droga porque ela não causa efeito rebote: a maioria relata conseguir trabalhar e estudar com alta eficiência mesmo após uma balada regada à MDMA.
Outra curiosidade é que os mesmo jovens usuários não se sentem contraventores, afinal, o MDMA é produzido no Brasil e (até agora, pelo menos) seu comércio não está nas mãos de traficantes clássicos, pois estes estão preocupados em manter o domínio sobre a venda de maconha e cocaína.
Quem produz o MDMA é alguém com conhecimento de química, por isso os “fabricantes” tem como ídolo o personagem principal de uma das séries mais famosas da Netflix: “The Breaking Bad”, que conta (pasmem!) a história de um professor de química que passa a produzir drogas e a traficá-las. Muitos indivíduos presos em propriedades rurais, afastadas, lotadas de materiais químicos, têm diversas referências à essa série e não se consideram traficantes, mas “fornecedores”.
É uma história e tanto para uma droga alucinógena que afeta de maneira tão profunda que é capaz de elevar a temperatura corporal a mais de 41º, sendo que a temperatura corporal torna-se crítica a partir de 39º. As reações imediatas são: aumento da sudorese, da ingestão de água, da pressão arterial o que leva a fortes dores de cabeça, náusea, rubor, câimbras e respiração acelerada.
Se esse processo não for controlado os órgãos entram em falência e a morte é inevitável. Se encontrar alguém nessa situação procure, o mais rápido possível baixar a temperatura corporal por meios artificiais, como retirar toda a roupa, coloca-la em ambiente bem ventilado, obrigar a ingerir bebida gelada e/ou rica em eletrólitos, tomar banho frio, usar bolsas de gelo e compressas frias nas axilas, atrás dos joelhos e testa e logo, o mais rápido que conseguir, leve essa pessoa ao atendimento de emergência.
É interessante observar como países que não tem restrição ao uso de drogas lidam com isso. Eles “ensinam” a usar a droga com “segurança”(clique aqui para acessar o PDF). Duas coisas que não combinam: “uso de drogas” e “segurança” na mesma frase.
Isso só é possível, e em parte, quando acompanhados por um corpo médico. Assim como a maconha, o MDMA tem potencial terapêutico devido à sua ação na região da amígdala, onde escodemos nossos medos e lembranças, portanto, grande potencial no tratamento de transtorno de estresse pós-traumático. Estudo comandado no Brasil por Eduardo Schenberg, mestre em psicofarmacologia pela Unifesp, doutor em neurociências pela USP, e pós-doutorado pela Imperial College de Londres.
O transtorno de estresse pós-traumático é grave. Os pacientes têm uma alta taxa de suicídio, muitos pesadelos, ataques de pânico e dificuldades afetivas. Com o passar do tempo, esses sintomas pioram e não existe um medicamento específico para o tratamento.Segundo pesquisas realizadas pela Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS), entidade norte-americana sem fins lucrativos, a psicoterapia associada ao uso do MDMA foi um tratamento bem-sucedido em 70% dos casos, enquanto os medicamentos tradicionais são eficientes em 30% dos casos.
Muitos países estão estudando formas de utilizar o MDMA nesse tipo de tratamento devido aos resultados preliminares terem sido tão positivos.
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Será que farão o mesmo alarde que estão fazendo para a maconha? Acho que não. Ninguém nem sabe sobre essas pesquisas e, provavelmente quem se beneficiar do tratamento também não saberá o que está tomando, afinal é sintético e não uma plantinha que posso cultivar no meu jardim, portanto, no entendimento leigo, muito mais segura, afinal é um laboratório que a produz.
Eu repito: informe-se. Livre-se da ignorância, pois é ela que te faz ver e ouvir coisas que simplesmente não existem! “Sempre haverá mais ignorantes que sabedores, enquanto a ignorância for gratuita e a ciência dispendiosa.” Marquês de Maricá.(Ilustração: oganpazan.com.br)
ELAINE FRANCESCONI
Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.
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