Ano de eleição é ano incomum no Brasil. Especialmente quando está em disputa a presidência da república. Já era esperada uma radicalização de parte a parte e por isso a disputa se polariza entre o candidato apoiado pela direita e pela esquerda. A situação é ainda mais tensa porque um dos candidatos vem das Forças Armadas. O envolvimento de militares na política ocorre desde a época da proclamação da República, passa pelos movimentos tenentistas, pela ascensão de Vargas e por todas as crises que se sucederam. A situação vivida pelo país agrava ainda mais a tensão da campanha. Há uma inflação descontrolada, queda do poder aquisitivo da população e o empobrecimento real. Há um descontentamento geral no campo e no setor financeiro. A imprensa avisa que o Brasil não tem como pagar as parcelas vencidas da dívida externa, que não deixa de crescer. O juros internacionais não param de subir o que contribui para piorar as contas públicas. Os gastos públicos estão descontrolados e decididos por critérios puramente políticos o que favorece os que estão encastelados no poder há décadas.
Na eleição presidencial não pode faltar um ríspido debate entre os que são favoráveis ao nacionalismo, com a ampliação das estatais especialmente em setores considerados estratégicos como petróleo, minérios e aciaria. As empresas estrangeiras devem ser nacionalizadas como aconteceu em Cuba, líder da campanha contra a influência norte americana no continente. É uma das bandeiras principais da esquerda. Do outro lado estão os que querem a privatização e a abertura para uma economia liberal de mercado. Estes são rotulados de entreguistas, vinculados ao capital internacional que tem como objetivo dominar as nações latino americanas, e entre elas o Brasil. No fundo os programas eleitorais se assentam nos pilares do capitalismo ou socialismo. A vitória de um ou outro candidato pode determinar o caminho da economia nacional.
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Os partidos políticos estão embolados. Mudam de lado de acordo com o vento político. As pesquisas eleitorais servem de norte para os partidos apoiarem um ou outro candidato à presidência. Além dos candidatos mais cotados, abre-se a possibilidade de uma terceira via, alguém que se distanciasse dos radicalismos divulgados tanto pela imprensa como nas reuniões políticas. Isto possibilita a candidatura populista de Adhemar de Barros, ex-interventor em São Paulo. O marechal Henrique Teixeira Lott inicia a campanha de forma robusta mas vai perdendo força ao longo da campanha. Tem o apoio da esquerda e ao seu lado, candidato a vice, está João Goulart, ex-ministro do Trabalho no governo democrático de Vargas.
O candidato da oposição ao presidente Juscelino é o ex-governador de São Paulo, Jânio Quadros. Outro populista, hábil na comunicação popular e que conta com o apoio de amplos setores da direita, especialmente do setor industrial. A disputa chega ao auge com o lançamento da chapa Jan-Jan, ou seja Jânio e Jango, ainda que este esteja na chapa do marechal Lott. A legislação eleitoral permite. Essa aliança recebe nas urnas o apoio do eleitorado. Na eleição, Jânio recebe 48% dos votos, Lott tem 32% e Adhemar 20%. Começa a crise que culmina com a renúncia do presidente.(Foto: Governo do Distrito Federal)

HERÓDOTO BARBEIRO
Comentarista do Jornal da Record News em multiplataforma. Palestras e midia training: www.herodoto.com.br
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