A cada dia que passa e fica mais perto a realização das eleições. As pesquisas se multiplicam. Praticamente todo dia tem pesquisa nova e nem sempre os números coincidem. O maior problema das pesquisas é que muitos eleitores não gostam de perder votos e acabam votando em quem está na frente. Enquanto isso, muitos candidatos começam a tentar convencer os eleitores de que é fundamental não jogar o voto fora e praticar o voto útil ou seja: se unir em torno de um novo nome para buscar o segundo turno.
Na atual situação brasileira, o que se vê é o início da polarização Bolsonaro e Haddad. O primeiro já era o preferido de grande parte do eleitorado e o segundo chegou agora, carregado pelo nome do homem que queria chegar novamente ao cargo, mas teve sua candidatura rejeitada porque está preso. Esquerda e direita brigam, assim, para saber quem vence esta luta, sendo as últimas quatro vencidas pelo PT. Apesar de ter visto crescer o número de denúncias e políticos deste partido presos, os simpatizantes do mesmo acham que é perseguição e golpe. Ou ainda, que o PT é vítima de perseguição.
Neste quadro surgiu Jair Bolsonaro, tentando ser o nome na política, mesmo já sendo parlamentar há muitos anos. Rejeitado pelos grandes partidos, ele quer ser a alternativa de vencer sozinho. Muito parecido com o que aconteceu com Fernando Collor que apareceu no início de 1989 como o caçador de marajás e ganhou a simpatia popular. Bolsonaro surgiu há pouco mais de um ano, pregando o porte de armas e fazendo uma série de afirmações que acabaram só fazendo crescer sua rejeição junto ao eleitorado. Como o PSDB não encontrou candidato novo e como Alckmin não consegue subir no palanque, a maioria dos eleitores deste partido debandaram para o homem que levou a facada que o preservou de muitos debates e entrevistas assassinas de telejornais.
Poupado, ele é nome certo no segundo turno! O outro que quer chegar é Fernando Haddad que fez uma péssima administração como prefeito de São Paulo, tanto que não se reelegeu e que é o nome aplaudido pelo ex-presidente preso. Quando Haddad entrou definitivamente na campanha, Marina Silva, que estava em segundo lugar nas pesquisas, desceu ao fundo do poço e é carta fora do baralho, estando em quinto lugar. Nesta corrida resta Ciro Gomes, que entre perdas e ganhos tem mais ganhos do que perdas e tenta enfrentar Haddad na busca do segundo turno.
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O que beneficia por um lado Bolsonaro é, como já disse, o novo e que é a salvação para muitos diante de tanta corrupção. As últimas eleições registraram números alarmantes de abstenção, mas é dentro destas pessoas que Bolsonaro se sente mais apoiado. Como as pesquisas não mostram quem não vai votar, fica-se à espera da abertura das urnas na noite de 7 de outubro. Como Bolsonaro e Haddad lideram as intenções de votos, mas lideram, também, a rejeição, esperamos sentados o que as pesquisas vão dizer na última hora antes de se abrir as seções de votação. (Foto: www.politize.com.br)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com