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Na EMERGÊNCIA de um hospital, em dia de jogo da seleção…

emergência

Era sexta-feira, perto das 12 horas, e a seleção brasileira de futebol se preparava para entrar em campo, em seu terceiro jogo na Copa do Catar, enfrentando a equipe de Camarões. O país entrava em histeria coletiva, típica dos jogos do Brasil, com grande parte da população vestindo camisetas verde e amarela, portando cornetas, antecipando alguns rojões,ampliando o estoque de cervejas e milho de pipoca. Exatamente neste clima de grande euforia eu dava entrada na emergência do hospital Paulo Sacramento com a minha mãe, que naquele momento apresentava letargia extrema e nos deixava em estado de pânico. O pior momento para ficar doente, como se existisse momento bom pra isso.

Imaginei, equivocadamente, que o PS estaria vazio, afinal, era dia de jogo e quem iria querer trocar um sofá em frente à TV por uma cadeira ou maca desconfortável numa emergência? Na minha cabeça, só iriam para o hospital casos urgentes, que a meu ver seriam poucos. Mas a realidade era bem outra.

A emergência estava lotada e mais gente chegava. Não posso afirmar com convicção, mas certamente a escala de trabalho deve ter sofrido alteração significativa, pois a impressão era que o número de funcionários havia diminuído. Apesar dos seus 89 anos e da situação crítica em que se encontrava, minha mãe foi colocada numa cadeira (tipo poltrona), pois não havia um leito para ela. Apesar das minhas súplicas e reclamações, ela permaneceu horas e horas na mesma poltrona.

A única ligação entre a realidade caótica da emergência do PS com a euforia do jogo da seleção era uma TV ligada. Confesso que nem prestei atenção no que estava rolando lá nos campos do Catar. Do meu lado, camas ocupadas por uma diversidade de pacientes e doenças, e gente sentada em poltronas conectadas a frascos de soros. Alguns gemiam, outros enfrentavam suas dores silenciosamente. Ninguém conversava.

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Vez ou outra alguém se manifestava mais efusivamente quando a seleção chegava perto do gol adversário. Mas na emergência não havia ninguém com humor para torcida ou comemorações.  O jogo terminou, Brasil perdeu, e eu continuei por mais um longo período no PS, em pé, vendo a minha mãe sem qualquer melhora. Ela recebeu alta, mas voltamos uma hora depois, para somente então percebermos uma leve recuperação. Alívio. O sábado já tinha amanhecido.

Com certeza esse jogo do Brasil com Camarões vai ficar marcado, por algum tempo, na minha memória. Foram momentos de tensão no PS. Agradeci de coração os médicos que acolheram e cuidaram da minha mãe naquela tarde de sexta-feira, e de mais uma centena de outros casos, muitos deles gravíssimos. Que péssimo dia para ficar doente, não é mesmo… Ah, quanto à minha mãe, ela já está bem melhor!(Foto: Freepik)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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