EVASÃO ESCOLAR no ensino superior

ensino superior

Li as análises e conclusões do estudo recentemente publicado pelo Instituto Semesp sobre o elevado número daqueles que não concluem os cursos universitários para os quais foram aprovados, tanto nas escolas privadas como nas públicas. Há inúmeras explicações para este fato desde a frustração por estar cursando um curso fora de sua área de interesse até os custos dessa formação e a falta de perspectiva de empregabilidade. Entretanto não encontrei referências sobre as metodologias utilizadas que podem estar ultrapassadas e anacrônicas e que são amplamente, para não dizer somente, utilizadas no ensino superior. Com raras exceções os professores se limitam a repetir conteúdos, mostrando como se deve fazer em aulas enfadonhas e de baixíssimo aproveitamento das aprendizagens pretendidas. Os mais “modernos’ fazem a leitura dos slides que projetam, preferencialmente com um apontador “laser”, e acham isso o máximo da tecnologia, repetida ano após ano. O aluno é sempre um simples espectador.

Quando as informações eram restritas e de difícil acesso ir à escola ouvir o professor podia ser atrativo, uma vez que era a única forma disponível de construção de conhecimentos. Observe-se que usei a palavra construção e não aquisição, pois conhecimentos não são adquiríveis têm que ser construídos por cada indivíduo. A concepção de que onde houver ensino haverá aprendizagem é absolutamente falsa. Assim o aprender que é o que mantém quaisquer estudantes interessados parece não fazer a menor importância. Tenho insistido nesta questão metodológica porque aprendizagens significativas como descritas por Ausubel, ou profundas como indicam outros autores como Metha/Fine/Fullan, só são possíveis com estudantes engajados, ou seja, com intensa participação no próprio processo educativo. Sou defensor da metodologia de projetos, uma das inúmeras formas de metodologias ativas, que coloca o aluno como protagonista e o professor como mediador possibilitando uma relação entre o ensinar e o aprender absolutamente produtiva.

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Evidentemente os aspectos econômicos e sociais são muito relevantes, assim como as condições de escolarização com as quais cada indivíduo chega ao ensino superior, entretanto a permanência tem estes fatores associados aos estímulos que a escola, os professores e os cursos oferecem. O aperfeiçoamento docente que permitiria uma revisão dos métodos antigos e a utilização de formas mais interativas das atividades acadêmicas não aparece de forma consistente nas propostas pedagógicas das instituições de ensino. Assim, em número expressivo, professores, mesmo titulados, são apenas repetidores de conteúdos para plateias silenciosas e desestimuladas. Desconsiderar os aspectos metodológicos que levam ao desinteresse do estudante reduz o alcance da pesquisa e os seus resultados.(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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