ESCALADA SACRA

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Conversando, via WhatsApp, com meu amigo professor Orestes Romano, nasceu esta crônica: Escalada Sacra. Ele e sua esposa, Mônica, se encontram fora do país, na vida em comum com a família do filho Felipe. Disse-me ele que “o convívio é algo que ajuda quem tem mais passado que futuro a viver”. Concluiu: “Vivendo a cada dia, como se fosse o último. Por isso só queria levar o bem que fazemos, o amor que vivemos”, baseado em nosso inesquecível amigo: Dom Joaquim Justino Carreira. É bem isso: temos, ele e eu, mais passado que futuro a viver.

Nesta semana, li de São João da Cruz – sou de convívio com livros – citado em a “Ciência da Cruz” de Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz, OCD, 1891-1942), que o caminho “que conduz à alta montanha da perfeição só pode ser trilhado por aqueles caminhantes que não carregam fardo algum que poderia puxá-los para baixo”.

É reflexão para todos os dias. Quanta coisa me pesa e me puxa para baixo: atitudes, palavras, sentimentos, pensamentos, julgamentos que não são de Deus. Sem discernimento, falta água da graça no cantil e escorrego. Convívio com Deus impulsiona o próximo passo, apesar de se ter ou não mais passado que futuro a viver.

No mesmo dia em que conversava com o Orestes, Dia da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, o padre Márcio Felipe de Souza Alves, reitor e pároco do Santuário Santa Rita de Cássia, comentou sobre três montes aos quais Nossa Senhora subiu. A primeira região montanhosa, relatada nos Evangelhos (Lucas 1, 39.40), diz respeito a uma cidade da Judeia, na qual morava Isabel, sua prima que estava grávida. Foi para se colocar a serviço. Trinta e três anos depois, subiu o monte Calvário, consolando o Filho ensanguentado e cuspido que seguia em direção à cruz. Como enfatizou o padre Márcio Felipe, a dor da cruz dEle a atingiu. Ela, em Jerusalém, ao apresentar o Menino, já ouvira de Simeão “E uma espada transpassará a sua alma” (Lucas 2, 34). Ali mesmo, no Calvário, assumiu a filiação da humanidade. Jesus disse a Maria, em relação a João, que nos representava: “Mulher, eis aí o teu filho”. E a ele: “Eis aí a tua mãe”. Por fim, foi levada às montanhas sagradas do Céu, sem passar pelas trevas do sepulcro.

Como destacou o padre Márcio Felipe: “Não somos órfãos. Temos a maternidade da Mãe do Céu”.

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Cantávamos tantas vezes no tempo do Movimento de Jovens: “Subiremos montanhas sagradas / Colinas suaves do amor cristão/ Lá do alto Jesus nos acena/ Mostrando o caminho da salvação. (…) Deus, que desceu do alto céu. Veio servir-nos de farol/ Neste caminho envolto em véu/ Em busca do grande Sol. (…) Somos convivas do amor/ Em busca do bem final”.

A vida é feita de convites. A sabedoria está em escolher os que valem e os que não valem a pena. Estar a serviço, seja de quem for e permanecer em pé nos momentos de cruz são degraus para começar a viver o Céu aqui.(Foto: Matt Bennett/Unsplash)

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

É professora e cronista

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